Ao longo
dos anos, o número de brasileiros que começam a explorar o mercado de
investimentos tem crescido. De 2021 para 2022, por exemplo, o número de pessoas
que investem foi de 31% para 36%. Entre as oportunidades que
despertam o interesse, a renda fixa esteve em evidência no primeiro semestre de
2023.
Além de
se destacarem pelo baixo risco e pela previsibilidade mais alta que oferecem
aos investidores, as aplicações dessa classe podem ter retornos vantajosos.
Inclusive, com a taxa Selic em alta, diversos investimentos desse tipo se
tornaram mais atrativos.
Neste
conteúdo, você entenderá como foi o primeiro semestre de 2023 na renda fixa e o
que esperar para a reta final do ano!
Como foi o primeiro semestre da renda fixa em 2023?
Seguindo
o ritmo do final de 2022, um dos grandes destaques da economia brasileira foi a
taxa de juros brasileira em alta. Com a aceleração da inflação entre 2020 e
2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deu início a um
ciclo de elevações na taxa básica de juros, a Selic.
A taxa
saiu de 2% ao ano em 2021 para o patamar de 13,75% a.a. em agosto de 2022. Após
alcançar esse nível, o Copom manteve a taxa Selic nesse percentual ao longo do
final de 2022 e de todo o primeiro semestre de 2023.
Convém
saber que uma taxa de juros alta tem o objetivo de reduzir a atividade
econômica e controlar a inflação. Entretanto, ela também serve como indexador
de rentabilidade para diversos investimentos de renda fixa.
Além da
própria taxa Selic, muitos títulos usam o Certificado de Depósito Interbancário
(CDI) como referência de retorno. As duas taxas têm um percentual próximo, com
o CDI sendo ligeiramente inferior à Selic.
Portanto,
com uma taxa acima de 13% ao ano, diversos investimentos de renda fixa passaram
a apresentar retornos elevados. Esse foi um dos motivos que atraiu novos
investidores para as aplicações da classe.
De acordo
com números divulgados pela B3, a bolsa de valores
do Brasil, a renda fixa obteve 4 milhões de novos investidores em 12 meses — e
isso apenas até o primeiro trimestre de 2023. Desse modo, o número total de
investidores na classe passou a ser de 15 milhões no período.
Para efeito
de comparação, a renda variável contou com cerca de 1 milhão de novas pessoas
abrindo conta no mesmo período. Ambos os números podem comprovar o maior
interesse do brasileiro por investimentos.
Quais foram os principais investimentos do primeiro semestre?
Na renda
fixa, o grande destaque do primeiro semestre foram os títulos pós-fixados. Eles
são chamados assim por terem a sua rentabilidade atrelada a um indicador — como
a Selic e o CDI, como você viu.
Isso
acontece exatamente pelos juros em alta. Afinal, um percentual de retorno
superior a 13% ao ano costuma ser considerado significativo. Inclusive, esse
pode ter sido um dos motivos para retiradas recordes de capital da poupança em janeiro de 2023.
Apesar de
a caderneta ainda ser uma das aplicações mais populares do Brasil, diversas
pessoas já a enxergam de outra maneira. Na renda fixa, por exemplo, há
investimentos tão seguros quanto a poupança e que podem entregar retornos mais
altos.
Outro
investimento que chamou atenção com a alta nos juros envolve os títulos
híbridos. Eles são chamados assim por terem uma taxa de retorno prefixada (definida
previamente) e uma taxa pós-fixada, que costuma acompanhar índices de inflação.
Vale
ressaltar que a inflação em alta gera perda no poder de compra. Logo, pode ser
oportuno buscar títulos que rendem acima dela para ter rentabilidade real
positiva. Desse modo, há como obter ganhos reais para a carteira e garantir a
evolução do patrimônio.
Nesse
sentido, o Tesouro Nacional, responsável pelo Tesouro Direto no Brasil, registrou números
relevantes no período. Em maio, por exemplo, a plataforma vendeu R$ 4,3 bilhões de títulos públicos, enquanto os
resgates totalizaram R$ 2,5 bilhões.
Comprovando
o interesse dos investidores pela alta dos juros, cerca de 60% do total de
aplicações foram no Tesouro Selic — título pós-fixado do Tesouro Direto. Ele
foi seguido pelo Tesouro IPCA+, que acompanha o índice oficial da inflação no
Brasil somado a uma taxa prefixada.
O que esperar para o próximo semestre de 2023?
Após sua
última reunião no primeiro semestre de 2023, o Copom sinalizou em sua ata que a redução de juros pode começar em
agosto. Isso significa que o início do ciclo de cortes na taxa Selic pode
ocorrer ainda em 2023.
Porém,
ainda que o cenário se comprove, é fundamental ressaltar que os cortes não
devem acontecer de maneira abrupta. O Copom pode fazer reduções na casa de
0,25% ou 0,5% enquanto acompanha a resposta do mercado.
Logo,
mesmo que haja o início de corte nos juros, os títulos indexados pela Selic e
pelo CDI podem continuar apresentando retornos interessantes até o final do
ano. O mesmo pode ser dito para títulos que seguem a inflação.
Mas,
pensando no médio prazo, muitos investidores podem passar a dar atenção para os
títulos prefixados. Como essas aplicações têm
um percentual de retorno imutável até o vencimento, elas podem oferecer mais
previsibilidade para os investidores.
Além
disso, caso a Selic caia, os títulos já emitidos podem ter retornos maiores, em
comparação aos novos títulos que serão lançados após a redução da taxa básica
de juros.
Onde investir seu dinheiro considerando as expectativas da renda
fixa?
As suas
decisões de investimentos devem ser baseadas em diferentes fatores. Você
precisa considerar a regra de rentabilidade do título, quais são as
perspectivas de retorno, se há liquidez e quais são os riscos envolvidos, caso
opte pela renda fixa.
Nesse
sentido, pode ser o caso de variar suas aplicações entre as diferentes
características. Por exemplo, em vez de se concentrar apenas em títulos
pós-fixados, considere investir em títulos prefixados e híbridos.
Também
tende a ser vantajoso buscar diferentes aplicações na classe, saindo daquelas
mais tradicionais. Entre as opções estão os títulos de crédito privado, como as
debêntures incentivadas, que costumam ter
retornos mais altos e são isentas de Imposto de Renda (IR).
Para
escolher as melhores oportunidades, é essencial que você consiga comparar os
investimentos. A prática serve para que você não apenas identifique quais são
as alternativas disponíveis, mas encontre aquelas mais adequadas para o planejamento.
Para
isso, vale a pena usar o App Renda Fixa.
Na plataforma, você pode selecionar itens como prazo de vencimento, indexador,
alíquota de IR e outras informações. Após a definição dos filtros de interesse,
haverá a apresentação dos títulos disponíveis alinhados com essas
características.
Ao chegar
até aqui, você entendeu mais sobre o que movimentou a renda fixa no início de
2023 e os motivos que fizeram ela chamar a atenção de muitos investidores. Para
o segundo semestre e mesmo para os próximos anos, é importante tomar decisões
baseadas nas suas características e fazer comparações para encontrar boas
oportunidades.
Quer
fazer melhores investimentos para seus objetivos? Use o App Renda Fixa no seu
planejamento!