Quem faz movimentações no mercado financeiro, especialmente com ativos de renda variável, costuma prestar atenção a aspectos como volatilidade. Entretanto, ela também pode ocorrer na renda fixa, fazendo com que seja importante entender como esse movimento funciona.
Afinal, mesmo com mais previsibilidade e menos riscos, os investimentos dessa classe também lidam com a variação de preços. Logo, existem situações em que a volatilidade pode afetar negativamente a performance das suas aplicações na renda fixa.
Ao continuar a leitura deste artigo, você entenderá o que significa a volatilidade no mercado de investimentos, como funciona a incidência dela na renda fixa e como se comportar diante das oscilações.
Confira!
O que significa a expressão volatilidade no mundo dos investimentos?
A volatilidade no mundo dos investimentos é a medida da variação dos preços de um ativo, título ou derivativo ao longo do tempo. Embora não seja um sinônimo para risco, é comum que investimentos mais voláteis também sejam mais arriscados.
Para entender melhor, imagine que você comprou ações de uma empresa por R$ 100 cada e no dia seguinte o preço dessas ações caiu para R$90. Pouco tempo depois, a cotação já estava em R$ 105.
Essas variações, tanto em termos de frequência quanto intensidade, indicam que os papéis são voláteis. Portanto, as oscilações ocasionadas pela volatilidade nem sempre são negativas.
As flutuações nos preços podem ser influenciadas por diversos fatores, com destaque para a lei da oferta e da demanda. No entanto, mudanças na economia, políticas governamentais, eventos globais e até rumores de mercado podem gerar volatilidade.
Por esse motivo, a volatilidade costuma ser lembrada quando se fala em investimentos de renda variável. Afinal, é nessa classe que os ativos não contam com previsibilidade de retorno e lidam mais intensamente com as oscilações econômicas.
Existe volatilidade na renda fixa?
Apesar de afetar mais a renda variável, a volatilidade também impacta a renda fixa. Embora a classe seja conhecida pelo menor risco, isso não significa que ela esteja isenta dos reflexos das variações de preço no mercado.
Desse modo, os títulos da classe podem ser impactados quando o mercado está mais volátil. Essas variações estão associadas, principalmente, às mudanças nas taxas básicas de juros — que, no Brasil, é a taxa Selic.
Mesmo assim, a volatilidade na renda fixa costuma ser menor em comparação à renda variável. Isso acontece devido à natureza dos investimentos dessa classe, que funcionam como empréstimos e apresentam alta previsibilidade de retorno e menos riscos.
Como essas flutuações ocorrem nos investimentos de renda fixa?
Como você viu, as flutuações nos investimentos de renda fixa ocorrem principalmente devido às mudanças nas taxas de juros. Para entender melhor, considere o exemplo de um investidor que aplicou em um título de rentabilidade prefixada. Nesse caso, ele tem direito a receber juros definidos previamente, em uma taxa fixa.
Com essa alternativa, é possível se beneficiar de uma previsibilidade mais alta, visto que é possível saber quanto será resgatado no vencimento da aplicação. Entretanto, é comum que o investidor tenha a opção de se desfazer do título antes do prazo.
Porém, ao optar pelo resgate antecipado, já não há como garantir o retorno acordado porque o título é vendido pelo preço diário no mercado secundário — o que pode gerar prejuízos. Isso costuma acontecer diante das movimentações da taxa Selic.
Quando as taxas de juros sobem, os títulos de renda fixa prefixados já emitidos podem se tornar menos atraentes para os investidores no mercado secundário. Afinal, títulos pós-fixados, atrelados a esses juros, tendem a ficar mais interessantes.
Os novos títulos prefixados também podem ofertar retornos melhores, buscando atrair investidores. Portanto, ao vender um título prefixado após um ciclo de alta nos juros, ele pode passar por uma queda no preço. Como resultado, há riscos de ter prejuízos ao resgatá-lo antecipadamente.
De maneira oposta, quando as taxas de juros caem, esses títulos podem se tornar mais atraentes para os investidores. Afinal, é possível que eles ofereçam uma taxa de juros mais alta em comparação aos novos títulos emitidos.
Além das mudanças nas taxas de juros, outros fatores, como a qualidade de crédito do emissor do título e as condições econômicas, podem afetar as flutuações nos investimentos de renda fixa.
Quais são os impactos dessa volatilidade para os investidores?
Após saber como funciona a volatilidade nas aplicações de renda fixa, é importante entender que ela pode afetar os investidores de diferentes maneiras. A primeira delas, como você já sabe, envolve o valor de mercado dos títulos, já que eles podem se tornar menos interessantes para negociação no mercado secundário.
Nesse sentido, resgates antecipados não apenas não garantem retorno, como podem causar prejuízos. Isso acontece porque o título será negociado conforme o momento do mercado.
Também há a questão da liquidez. Quando o título perde sua atratividade no mercado secundário, o investidor pode encontrar mais dificuldades para conseguir negociá-lo. Logo, mesmo se você estiver disposto a arcar com o prejuízo de um resgate antes do vencimento, pode ser mais difícil achar um comprador.
Por outro lado, os movimentos podem trazer oportunidades de ampliar os ganhos. Afinal, um título prefixado pode se tornar mais atrativo em cenários de queda nos juros. Perceba, então, que a volatilidade também pode ser positiva.
Como o investidor deve se comportar diante dessas oscilações?
Como a volatilidade da renda fixa é menos intensa que na renda variável, se comportar diante dessas oscilações pode ser menos desafiador. Ainda assim, é preciso saber que um dos primeiros passos é manter a calma e a racionalidade, pois as oscilações são comuns no mercado financeiro.
Também é fundamental destacar que a renda fixa tem uma lógica de rentabilidade previsível. Isso significa que mesmo que o título enfrente oscilações devido ao momento do mercado, o retorno ocorrerá conforme prometido no vencimento.
Portanto, eventual prejuízo se consolidará apenas diante da antecipação do resgate com negociação no mercado secundário. Ao levar o título até o vencimento, você tem a garantia da rentabilidade acordada. Essa é uma característica que não há como assegurar nos investimentos de renda variável.
Ademais, pode ser interessante diversificar seus investimentos na classe. Ao se expor às diferentes condições de rentabilidade e liquidez, você fica menos vulnerável às oscilações do mercado. Com a estratégia, fica mais fácil proteger seus rendimentos.
Ao longo deste conteúdo, você entendeu como funciona a volatilidade na renda fixa e quais podem ser os impactos para sua carteira de investimentos. Como visto, apesar dos títulos variarem, há como minimizar esses reflexos em suas aplicações.
Quer se proteger de outras condições econômicas? Conheça investimentos que podem ser adequados para se proteger da inflação!