As
aplicações de renda fixa costumam ser a porta de entrada para muitas pessoas
que desejam investir no mercado financeiro. Mas, para fazer aportes de maneira
correta e estratégica nessa classe, é essencial conhecer os tipos de
investimentos disponíveis, assim como suas características.
Nesse
contexto, é importante compreender, além de questões como liquidez, risco e rentabilidade, como o
Imposto de Renda (IR) incide sobre os investimentos em renda fixa. Afinal,
trata-se de um fator que influencia diretamente no ganho líquido obtido com
essas aplicações.
Portanto,
se você investe ou pretende investir em renda fixa, confira a atuação do IR
sobre esses títulos!
Como funciona o Imposto de Renda sobre renda fixa?
O Imposto
de Renda sobre os investimentos de renda fixa, em geral, funciona por meio de
uma tabela regressiva, na qual as alíquotas variam conforme o prazo da
aplicação. Elas começam em 22,5% e podem chegar a 15,0% sobre o rendimento.
Isso
significa que se você tiver investido, por exemplo, R$ 2.000 em uma aplicação e
ela rendeu R$ 150, o imposto será apenas sobre esse segundo valor. Nos tópicos
a seguir, entenda com mais detalhes sobre cada alíquota da tabela regressiva!
Alíquota de 22,5% (até 180 dias)
A
primeira alíquota presente na tabela regressiva é a de 22,5%. Essa tributação
ocorre se o seu investimento vencer em até 180 dias (6 meses) após a sua
aplicação, ou se você se desfazer dele dentro desse prazo.
Por
exemplo, suponha que você investiu no Tesouro Selic em janeiro de 2024 para a sua
reserva de emergência e precisou do dinheiro em abril do mesmo ano. Nesse caso,
a quantia que rendeu durante esse período será tributada em 22,5%.
Alíquota de 20,0% (de 181 a 360 dias)
Caso a
data de vencimento do seu investimento for entre 181 e 360 dias após o aporte,
a alíquota será de 20,0%. O mesmo vale se você fizer o resgate do capital
dentro desse prazo — entre seis meses e um ano.
Alíquota de 17,5% (de 361 a 720 dias)
Se o seu
investimento tem uma data de vencimento mais distante, entre 361 e 720 dias, ou
você pretende resgatá-lo somente dentro desse prazo, a alíquota de IR é menor —
de 17,5%. Lembrando que o imposto é apenas sobre o rendimento e não toda a
quantia aplicada.
Alíquota de 15,0% (acima de 720 dias)
Por fim,
se você tem objetivos de médio ou longo prazo, e planeja deixar o seu dinheiro
investido por mais de 720 dias (dois anos), a alíquota do Imposto de Renda será
de 15,0%. Esse é o percentual mais baixo da tabela regressiva.
Existem outros impostos na renda fixa?
Você
conheceu o funcionamento do IR sobre os
investimentos de renda fixa. Mas também vale saber que há a cobrança de
outro tributo nessa classe.
Trata-se
do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para resgates no curtíssimo prazo,
isto é, em até 30 dias. A alíquota começa em 96% sobre o rendimento e chega a
0% no trigésimo dia.
No
Imposto sobre Operações Financeiras, assim como no IR, também há uma tabela
regressiva. Porém, as suas alíquotas são diferentes, diminuindo diariamente ao
longo do mês, após a data da sua aplicação.
Veja a
tabela completa do IOF sobre investimentos de renda fixa:
Dias após o aporte |
IOF |
Dias após o aporte |
IOF |
1 |
96% |
16 |
46% |
2 |
93% |
17 |
43% |
3 |
90% |
18 |
40% |
4 |
86% |
19 |
36% |
5 |
83% |
20 |
33% |
6 |
80% |
21 |
30% |
7 |
76% |
22 |
26% |
8 |
73% |
23 |
23% |
9 |
70% |
24 |
20% |
10 |
66% |
25 |
16% |
11 |
63% |
26 |
13% |
12 |
60% |
27 |
10% |
13 |
56% |
28 |
6% |
14 |
53% |
29 |
3% |
15 |
50% |
30 |
0% |
Como os tributos são recolhidos na renda fixa?
Além de
conhecer as alíquotas cobradas de IR e IOF sobre investimentos de renda fixa, vale saber como essas tributações
são escolhidas. Isso porque alguns investidores têm dúvidas se é preciso
calcular e pagar esses encargos separadamente.
Porém,
não se preocupe. O recolhimento de ambos os impostos ocorre na fonte e de forma
automática. Ela ocorre na data de vencimento, no momento do resgate ou no
pagamento de juros. Na prática, o banco ou a corretora em que você investe já
repassa o montante para a sua conta com o devido desconto.
Como o IR e o IOF incidem sobre os principais investimentos de
renda fixa?
Agora que
você sabe como funciona a tributação na renda fixa e como ela é recolhida, vale
a pena conhecer os investimentos que sofrem esses descontos, seja de IR ou IOF.
Assim, ao investir neles, você já terá ciência desses encargos.
Em
primeiro lugar, vale destacar os títulos do Tesouro Direto. Isso porque todos eles possuem
incidência de IR e IOF — desde o Selic, o Prefixado e o IPCA+ até o RendA+ e
Educa+.
Além
deles, sofrem incidência desses tributos os certificados de depósito bancário
(CDBs), os recibos de depósito bancário (RDBs), as letras de câmbio (LCs) e as
debêntures comuns.
Por outro
lado, é válido saber que existem alguns investimentos de renda fixa que possuem
incentivos e, por esse motivo, não são tributados para pessoas físicas. Veja
quais são eles:
●
letras
de crédito imobiliário (LCIs);
●
letras
de crédito do agronegócio (LCAs);
●
certificados
de recebíveis imobiliários (CRIs);
●
certificados
de recebíveis do agronegócio (CRAs);
O único ponto
entre essas aplicações é que as LCIs e os CRIs, especificamente, têm incidência
de IOF para resgates feitos em até 30 dias após a aplicação. No entanto, ambos
costumam permitir o resgate somente após meses ou anos. Logo, esse imposto
acaba não sendo um problema.
Investimentos isentos são melhores e mais rentáveis que os
tributados?
Conforme
você acompanhou no tópico anterior, existem investimentos de renda fixa que são
tributados, enquanto outros são isentos. Porém, não é porque determinadas
aplicações não possuem IR e IOF que elas são necessariamente melhores e mais
rentáveis.
Para
chegar a uma conclusão nesse sentido, é preciso fazer cálculos e comparações. É
possível encontrar investimentos tributados que, mesmo com descontos, oferecem
ganhos mais elevados do que aqueles que são isentos. Portanto, é fundamental
realizar uma boa análise para escolher as melhores aplicações para a sua carteira.
Entendeu
como o Imposto de Renda e o IOF incidem sobre os investimentos de renda fixa?
Como você viu, ambos os tributos seguem uma tabela regressiva e, quanto maior o
prazo de vencimento ou resgate, menor é o desconto referente ao rendimento da
aplicação.
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