Os movimentos da economia podem ter impactos diretos
na sua estratégia e na sua carteira de investimentos. Por isso, considerá-los é
tão importante quanto analisar as características de aplicações e ativos. Entre
os fenômenos que exigem a sua atenção, estão a deflação e a inflação.
Ambos os conceitos se relacionam ao comportamento dos
preços, mas apresentam efeitos diferentes no mercado. Logo, é essencial
entender como tomar decisões em cada um dos cenários, buscando os melhores
resultados.
Na sequência, descubra como a inflação e a deflação
se diferenciam e entenda como elas podem interferir nos seus investimentos!
O que é inflação?
A inflação corresponde ao aumento generalizado dos
preços de produtos e serviços na economia. Ou seja, ela está relacionada à
perda do valor do dinheiro com o passar do tempo.
No Brasil, a inflação oficial é medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele é calculado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se baseia em uma pesquisa de
amplitude nacional.
Nesse caso, há uma avaliação dos preços de uma cesta
composta por produtos e serviços em todas as regiões do país e que considera os
hábitos de consumo de famílias de diferentes classes sociais. A média ponderada
dos preços dá origem ao IPCA, o qual é calculado mensalmente.
A taxa inflacionária acumulada de janeiro a dezembro
representa a inflação anual. Em relação às causas, a inflação pode ser gerada
por um desequilíbrio entre oferta e demanda. Assim, quanto maior for a procura
ou menor for a oferta, mais os preços tendem a subir.
A inflação também pode ser causada por um aumento nos
custos operacionais ou de modo inercial — quando as empresas aumentam os preços
sem motivo aparente, projetando uma inflação futura. Nesse caso, o cenário
acaba se consolidando, mesmo que não existam outros desequilíbrios para
justificar sua ocorrência.
O que é deflação?
Após entender o que é a inflação, é interessante
conhecer o conceito de deflação. Na prática, ele é oposto à inflação e
representa a queda contínua e generalizada de preços de produtos e
serviços de uma economia.
A deflação também é medida pelo IPCA — a diferença é
que esse resultado se caracteriza por um desempenho negativo do indicador. Já
as causas para a deflação podem estar igualmente relacionadas ao desequilíbrio
de oferta e demanda.
Nesse caso, ela tende a ocorrer quando há uma demanda
muito menor ou uma oferta muito maior. Se menos pessoas consomem, a tendência é
que os preços caiam, levando à deflação. Ela também pode estar relacionada a
uma desaceleração da economia.
Ainda, o cenário pode ser resultado da alteração de
preços de produtos e serviços com mais peso no indicador. Em julho de 2022, por
exemplo, o IPCA teve uma deflação de 0,68%. Entre os motivos, estão as
medidas adotadas para baixar o preço dos combustíveis, que têm grande
contribuição na composição do índice.
Como a inflação e a deflação
afetam os investimentos?
Até aqui, aprendeu os conceitos de inflação e
deflação. Agora, é importante notar que ambas podem afetar a sua carteira de
investimentos no mercado financeiro.
Confira como cada um desses conceitos pode impactar
seus resultados!
Inflação
Quando a inflação está elevada, é comum que a
política monetária seja ajustada para conter o avanço de preços. Por esse
motivo, é bastante comum que haja um aumento na taxa básica de juros — a Selic,
no Brasil.
Na prática, isso pode fazer com que o rendimento dos
títulos de renda fixa seja maior. Afinal, as aplicações dependem, direta ou
indiretamente, do comportamento da Selic.
Ao mesmo tempo, a renda variável tende a perder
atratividade, pois se torna possível ampliar os ganhos correndo menos riscos na
renda fixa. Assim, os investimentos de renda variável podem passar por uma
desaceleração.
Ademais, a inflação interfere na rentabilidade real do portfólio. O termo se
refere ao retorno nominal descontada a inflação, permitindo identificar se o
investimento teve retorno suficiente para superar o aumento dos preços.
Se o IPCA estiver muito elevado, você precisará de
investimentos com retornos ainda maiores. Do contrário, a rentabilidade real
será negativa e você sofrerá com a perda do poder de compra.
Deflação
A deflação também tende a afetar seus investimentos,
principalmente, devido aos impactos que ela gera na economia. Isso ocorre
porque, ao contrário do que pode parecer, a deflação nem sempre é vantajosa.
Na verdade, ela pode estar associada a um
desaquecimento da economia e até a uma recessão econômica. Afinal, preços
menores costumam reduzir a capacidade de as empresas gerarem resultados.
Como consequência, há riscos de ocorrerem demissões,
levando à diminuição da renda das famílias. Isso reduz ainda mais o consumo, afetando
toda a cadeia produtiva.
Nesse caso, os investimentos de renda variável tendem
a ser mais impactados. Porém, toda a economia pode passar por instabilidades.
Por exemplo, o cenário tende a aumentar o risco de crédito de títulos emitidos
por empresas não-financeiras na renda fixa.
Como se proteger ou
aproveitar esses cenários?
Após descobrir como a inflação e a deflação
interferem nos investimentos, vale a pena compreender como você pode investir
diante desses cenários. Se a intenção for se proteger do aumento de preços, é
possível investir em títulos de renda fixa atrelados à inflação.
Também há a possibilidade de aproveitar a
movimentação da curva de juros para compor a sua estratégia. Com os preços em
alta, a tendência é que os juros subam. Assim, você pode explorar o retorno
mais elevado da renda fixa nesse cenário.
Já se a deflação se consolidar, é provável que
aconteça uma queda nos juros para incentivar a economia. Nessa situação,
investir em títulos prefixados pode ajudá-lo a aproveitar
condições de juros mais altos, antes da queda.
Além disso, é relevante diversificar a carteira para
obter proteção em ambos os cenários. Ao expor seus recursos a diferentes tipos
de riscos e condições de mercado, é possível se proteger e até aumentar o
potencial de ganhos do seu portfólio.
Como você viu, a inflação e a deflação representam
comportamentos opostos em relação aos preços da economia. Por isso, é válido
entender como elas afetam os investimentos, pois isso o ajudará a se proteger
ou a aproveitar eventuais oportunidades no mercado financeiro.
Essas informações foram úteis? Para conhecer melhor
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