Onde investir com a alta dos juros?
A taxa básica de juros, a SELIC, rompeu o patamar de dois dígitos e na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) foi decidido que a porcentagem será de 10,75% ao ano pelos próximos 45 dias.
Com isso, na renda fixa, a remuneração pós-fixada vai acompanhar a evolução da Selic nos próximos meses.
Vale lembrar que o aumento progressivo da taxa começou em dezembro de 2020, quando a SELIC estava no menor patamar histórico. O recorde foi de 2% ao ano e desde então os aumentos se tornaram constantes em função do cenário econômico.
A decisão tomada pelo COPOM foi unânime, e se trata do oitavo aumento consecutivo da taxa Selic. Além disso, o grupo indicou através de comunicado ao mercado que pretende diminuir o ritmo na próxima reunião.
Acima de tudo, o mais importante é rebalancear a carteira de investimentos para mitigar o risco e diminuir os impactos no capital.
O que mudou nos investimentos?
De forma prática, os títulos pós-fixados passaram a ser os mais atrativos sob a ótica de remuneração e podem te beneficiar neste cenário. Porém, não se deixe enganar por títulos de longuíssimo prazo pois, com a incerteza do cenário econômico os riscos aumentam.
O mercado já estava prevendo a alta na taxa Selic e, por isso, as taxas dos títulos foram alteradas antes mesmo da decisão do COPOM.
Desta forma, o ideal é entender qual o seu objetivo, antes de realizar a aplicação, para ter um panorama geral e, principalmente, não resgatar antes do vencimento, especialmente em títulos de renda fixa privada.
O impacto seria maior apenas caso a taxa de juros fosse maior do que o esperado. Ou seja, se o COPOM decidir aumentar para 11% ao ano, por exemplo.
Isso porque, impactaria o cálculo do custo do dinheiro no tempo. Por consequência, o valuation das empresas diminui. Especialmente das que possuem alto potencial de crescimento. Pois, elas projetam grande parte do seu caixa para o futuro.
Desta forma, se na próxima reunião do COPOM o aumento for maior do que o esperado, o impacto acontece nos títulos pré-fixados.
Títulos públicos atrelado à inflação
Além disso, os títulos indexados ao IPCA também são fortemente afetados. Pois, a relação do preço com a taxa Selic é inversamente proporcional. Logo, quanto maior a taxa de juros, menor será o preço do título.
Isso significa que aqueles que pretendem resgatar o investimento de título público, atrelado à inflação, antes do prazo de vencimento estão fazendo uma escolha ruim. Pois, o preço estará no menor patamar.
Assim, neste momento a estratégia é a compra do título para realizar a venda no momento em que a taxa Selic estiver baixa.
A técnica de compra e venda de títulos públicos antes do vencimento se chama: Swing trade com a marcação a mercado e deve ser realizada apenas para aqueles que já entendem como funciona a dinâmica do mercado. Pois, a possibilidade de ter rentabilidade negativa antes do vencimento é alta.
Em 2015, presenciamos o último ciclo de alta e foi possível ter um retorno acumulado de 10% ao ano. Quem investiu e vendeu somente quando a taxa estava em 2% obteve 64% de rentabilidade. Logo, o resultado foi tão agressivo quanto nas ações.
A hora e a vez dos ativos reais.
Os ativos reais não estão correlacionados com o mercado da bolsa de valores. Como o próprio nome indica estão inseridos na economia real. Em outras palavras, o investimento é realizado em captações que impactam no cotidiano dos brasileiros
Também é comum que os ativos reais sejam conceituados como tudo aquilo que se pode “pegar com as mãos”. Isso porque, alguns dos exemplos de ativos reais são imóveis e até mesmo títulos judiciais.
Estes investimentos possuem rentabilidades superiores ao mercado que está inserido na esfera financeira e possuem características específicas de garantia. Cada captação terá a sua particularidade. Por isso, fique atento ao prospecto antes de investir.
Bons investimentos e até a próxima