Em toda mídia nacional, um dos assuntos mais falados ao longo de 2017 foi a queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, que terminou o ano em 7%. Segundo o último Boletim Focus, divulgado em 29 de dezembro de 2017, a perspectiva é que a taxa caia mais um pouco nas próximas reuniões do COPOM e encerre 2018 em 6,75% ao ano, uma vez que o IPCA – índice oficial da inflação do Brasil – deve continuar baixo. Se a expectativa do mercado for confirmada, esta será considerada a menor taxa de juros da história.
A Selic em baixa é reflexo dos baixos índices de inflação atuais, que estão abaixo da meta estabelecida pelo governo. A expectativa é que o PIB encerre o ano com crescimento de 1%, após dois anos seguidos de recessão, algo inédito até então. A ideia por trás das constantes quedas da meta da Selic pelo COPOM é baratear o crédito e incentivar o consumo e a produção, refletindo de forma positiva no PIB brasileiro.
Em contrapartida, o crédito fácil e o alto consumo puxam a inflação para cima, e o reflexo disso já pode ser visto na projeção do IPCA para 2018, que deve encerrar o ano em 3,96%, valor um pouco acima da inflação de 2017 que, segundo o último Boletim Focus, deve fechar 2017 em 2,78%. A inflação e a Selic estão totalmente interligadas, uma vez que o governo a Selic é uma das formas que o governo utiliza para controlar a inflação.
A definição da nova taxa básica de juros ocorre nas reuniões do Comitê de Políticas Monetárias, o COPOM, que atualmente acontece oito (8) vezes ao ano. Para 2018, o Banco Central divulgou, através do comunicado nº 30.921, o calendário das reuniões ordinárias, que irão acontecer nas seguintes datas:
- 6 e 7 de fevereiro;
- 20 e 21 de março;
- 15 e 16 de maio;
- 19 e 20 de junho;
- 31 de julho e 1º de agosto;
- 18 e 19 de setembro;
- 30 e 31 de outubro;
- 11 e 12 de dezembro.
Agora que você já sabe quais as datas das próximas reuniões do COPOM, que tal entender o que é o COPOM, como ele funciona e mais alguns detalhes? Ao longo deste artigo, vamos abordar os seguintes tópicos:
- O que é o COPOM?
- Quem participa das reuniões do COPOM?
- Quando as reuniões acontecem?
- Quando o calendário das reuniões é divulgado?
- Quais assuntos são discutidos nas reuniões?
Tenha uma ótima leitura!
O que é o COPOM?
Como falamos no início deste artigo, COPOM é o Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central do Brasil.
É de responsabilidade do COPOM tomar as decisões da política monetária brasileira de acordo com o cenário macroeconômico e seus principais riscos. Entre as decisões tomadas, estão a definição da meta da Selic, considerada a taxa básica de juros da economia brasileira, e a divulgação do Relatório da Inflação, que acontece até o último dia de cada trimestre, nos meses de março, junho, setembro e dezembro.
Quem são os membros do COPOM?
Fazem parte do Comitê de Política Monetária a chamada Diretoria Colegiada do próprio Banco Central do Brasil, que é composto pelos seguintes executivos:
- Presidente (do Banco Central);
- Diretor de Administração;
- Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
- Diretor de Fiscalização;
- Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução;
- Diretor de Política Econômica;
- Diretor de Política Monetária;
- Diretor de Regulação; e
- Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania.
Quem participa das reuniões do COPOM?
Além dos membros do COPOM, participam da primeira sessão das reuniões ordinárias os chefes dos seguintes departamentos, que farão apresentações técnicas sobre assuntos a eles competentes:
- Departamento de Assuntos Internacionais: conjuntura econômica internacional;
- Departamento Econômico: conjuntura econômica doméstica e expectativas de analistas para variáveis macroeconômicas;
- Departamento de Estudos e Pesquisas: avaliação prospectiva da inflação;
- Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos: condições de liquidez e de funcionamento do sistema bancário;
- Departamento de Operações do Mercado Aberto: mercado monetário e operações de mercado aberto; e
- Departamento das Reservas Internacionais: mercados financeiros internacionais e de câmbio.
Se porventura o chefe do departamento não puder comparecer, o diretor da respectiva área deverá nomear uma pessoa para substituí-lo na reunião, que arcará com as mesmas responsabilidades.
Caso tenha autorização do Presidente, poderão participar da primeira sessão outros servidores do Banco Central, além do Assessor de Imprensa.
Na segunda sessão se reúnem os membros do COPOM e o chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas, este último sem direito a voto, que será responsável por apresentar a reunião técnica.
Quando as reuniões acontecem?
As chamadas reuniões ordinárias acontecem oito (8) vezes por ano e são realizadas em duas sessões distintas: a primeira às terças-feiras e a segunda às quartas-feiras.
Também podem acontecer reuniões extraordinárias, desde que metade dos diretores e o Presidente ou seu substituto estejam presentes. Se autorizados pelo Presidente, outros servidores do Banco Central podem participar destas reuniões.
Como cada sessão é dividida?
Na primeira sessão ocorrem apresentações técnicas dos chefes dos departamentos citados no tópico anterior. Já a segunda sessão é voltada para definição da meta da Selic, em que os membros do COPOM votam entre si qual será a nova meta que entrará em vigor. Em caso de empate, cabe ao Presidente do Comitê dar o voto final e desempatar a votação. Apenas após o término da segunda sessão, que ocorre a partir das 18h00, a meta da taxa Selic é divulgada para a imprensa em um comunicado oficial, explicando os motivos da decisão tomada e os votos de cada membro do comitê.
Quando o calendário das reuniões é divulgado?
O comunicado com a divulgação do calendário das reuniões ordinárias do COPOM é divulgado até o final do mês de junho do ano anterior pelo Diretor de Política Monetária, e poderá sofrer alterações até o último dia do ano em que foi divulgado. No caso de 2018, como a divulgação ocorreu no dia 30 de junho de 2017 e o ano já se encerrou, o calendário não poderá sofrer mais alterações. No entanto, podem ser convocadas reuniões extraordinárias sempre que houver necessidade.
Espero que esse artigo tenha ajudado a entender tudo sobre o Comitê de Políticas Monetárias. Ficou com alguma dúvida? Quer sugerir algum tema para gente falar aqui no blog? Comente aqui embaixo que a gente responder o mais rápido possível! Abração =)
Nota: Texto escrito com base na Circular do Banco Central do Brasil nº 3.868, de 19 de dezembro de 2017.
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