Ao
investir, é preciso acompanhar os principais indicadores econômicos, pois eles
afetam os seus resultados e podem auxiliar nas decisões. Um dos índices que
merecem destaque é a Taxa Referencial (TR), que já figurou entre os mais
importantes do Brasil.
Com as
mudanças no cenário econômico, a taxa perdeu parte da sua relevância, mas ela
ainda é utilizada como referência para algumas operações. Portanto, é
pertinente entender o que a TR representa e como funciona, para conhecer as
influências dela em sua carteira.
Neste
artigo, você terá acesso às principais informações a respeito desse indicador e
sobre como ele afeta as suas finanças. Boa leitura!
O que é Taxa Referencial?
A Taxa
Referencial foi criada em 1991, enquanto a presidência do Brasil era assumida
por Fernando Collor. Tratava-se de um cenário de hiperinflação, em que as
variações de preços eram acentuadas e ocorriam em curtos períodos.
O índice
surgiu como medida de proteção para o poder de compra da moeda, que na época
era o cruzeiro. Ele tinha a finalidade de estabelecer um parâmetro para a
correção monetária. Assim, a TR era medida todos os dias, permitindo que ao
final de um mês o Governo verificasse a inflação do período.
Desse
modo, a partir do indicador, o valor do dinheiro era atualizado, buscando
evitar a perda do poder de compra do cidadão. Apesar da manobra, a
hiperinflação persistiu por mais alguns anos, até que em 1994, o Governo de
Itamar Franco criou o Plano Real, estabilizando a situação econômica.
Com isso,
a TR perdeu o valor e a Selic passou a ser o instrumento para controle
da inflação. O seu critério de cálculo foi alterado, e o índice chegou próximo
a 0% em 2017.
Depois, a
Taxa Referencial teve uma elevação a partir de 2022, chegando a 1,98% no
acumulado entre novembro de 2022 e outubro de 2023. Ainda que ela não seja mais
o principal índice para controle da inflação, a TR é utilizada como base de
cálculo em algumas operações financeiras.
Qual a importância de conhecer essa taxa?
Apesar de
a TR ter perdido a sua relevância para a Selic, ela afeta as finanças dos
brasileiros por fazer parte de certas operações. Algumas linhas de crédito, por
exemplo, estão atreladas a ela. Portanto, quando o índice tem uma alta, os
juros das transações se elevam.
Em
negociações, como empréstimo no banco e financiamento imobiliário ou
automotivo, a TR pode ser utilizada como referência, afetando o custo ao
solicitante. Do mesmo modo, o índice é usado como medida para reajuste de
alguns produtos financeiros.
A Taxa
Referencial está presente também na caderneta de poupança, compondo a remuneração
concedida ao titular da conta. Nessa aplicação, a rentabilidade tem uma parte
atrelada à Selic, em proporções que dependem das condições da economia no
momento do cálculo, e parte da TR.
Dessa
maneira, é importante saber o que é e como funciona a TR. Afinal, ela pode ser
utilizada como orientação para alguns empréstimos e investimentos.
Como a TR é definida e calculada?
Como você
viu, a TR passou por uma mudança em seu cálculo, afetando o seu resultado. Até
o ano de 2018, o Banco Central (Bacen) realizava a média ponderada e ajustada
das taxas de juros pagas todos os dias por certificados de depósitos bancários
(CDBs) prefixados.
Assim, a
TR refletia a média desses rendimentos. Após a atualização, o cálculo passou a
ser realizado a partir dos juros pagos por títulos públicos, negociados na
plataforma Tesouro Direto, atrelados à Selic. Ele utiliza
a Taxa Básica Financeira (TBF), que é divulgada diariamente pelo Bacen.
Uma das
fórmulas para o cálculo é:
TR = 100 x {[(1 +
TBF ÷ 100) ÷ R] – 1}
Nessa
equação:
●
R é o redutor;
●
R = (a + b) x TBF
●
a é um valor fixo igual a 1,005 (o valor foi definido
na criação da TR);
●
b depende do valor da TBF (o dado é sempre divulgado
pelo Bacen).
Contudo,
você não precisa realizar o cálculo para conhecer a TR sobre aplicações e
linhas de crédito, pois é possível verificá-la pela Calculadora do Cidadão. Essa é uma ferramenta
disponibilizada pelo Bacen que revela o índice para o período desejado.
Cabe
destacar que a Taxa Referencial não pode ser negativa. Logo, quando o resultado
do cálculo estiver abaixo de zero, ela automaticamente será zerada.
Quais os impactos dessa taxa nos seus investimentos?
Você
aprendeu que a TR pode estar presente em diferentes operações financeiras.
Dessa forma, ela afeta também os seus investimentos. Além de participar do
cálculo da remuneração da caderneta de poupança, o índice afeta mais
alternativas.
Os
títulos de capitalização, por exemplo, costumam ter a sua rentabilidade
atrelada a esse indicador. Cabe destacar que os títulos da renda fixa
adquiridos antes da descontinuidade da TR como referencial para a rentabilidade
permanecem vinculados ao índice, certo?
Como comparar investimentos em diferentes cenários?
Até aqui,
você viu o que é e como funciona a TR, um indicador econômico que teve um papel
de grande relevância na economia brasileira, mas que atualmente é pouco
utilizado. Nesse sentido, é interessante saber que existem outros referenciais
que podem ser verificados para fazer suas escolhas.
O cenário
econômico do Brasil e do mundo impactam os seus investimentos, sendo
fundamental avaliar como eles se relacionam com o seu dinheiro. É importante
entender, por exemplo, como a inflação e a taxa de juros interferem no poder de
compra e de que forma isso pode ser superado ao investir.
Para
tanto, você pode contar com ferramentas que permitem confrontar as alternativas
do mercado financeiro, ficando mais fácil visualizar aquelas que mais se
adéquam às suas necessidades e expectativas. Um exemplo é o App Renda Fixa, em que você pode pesquisar
e comparar as possibilidades.
Você
conseguiu entender o que é a Taxa Referencial e como ela afeta os seus
investimentos? Como você pôde ver, esse indicador não é mais tão utilizado nas
operações, mas ele ainda tem o potencial de interferir nas transações
financeiras que você realiza.
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