O mercado
financeiro oferece inúmeras alternativas para investidores, tanto na renda fixa
quanto na renda variável. Contudo, embora existam diversas possibilidades, a caderneta de poupança ainda é a preferência de
grande parte dos brasileiros.
Sendo
assim, se você tem dinheiro investido nessa aplicação, é interessante entender
como fazer o cálculo de rendimento da poupança. Afinal, você precisa saber o
quanto ela está pagando e se a rentabilidade realmente supre as suas
expectativas.
Portanto,
se você quer entender como fazer o cálculo de rendimento da poupança
corretamente e saber se vale a pena deixar o seu dinheiro nessa aplicação,
confira as informações a seguir!
Como funciona o mecanismo de remuneração de uma conta poupança?
A
caderneta de poupança consiste em um tipo de conta bancária em que as pessoas
deixam o seu dinheiro e, todo mês, ele rende uma determinada porcentagem. Ao
investir nessa aplicação, o seu capital tem rentabilidade atrelada à taxa Selic
(taxa básica de juros brasileira).
Quando
essa taxa é menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + Taxa
Referencial (TR). Já quando a Selic é maior que 8,5% ao ano, a aplicação rende
0,5% ao mês + TR.
Essas são
as duas formas de rendimento da poupança, lembrando que essa remuneração é
mensal. Isso significa que o pagamento dos juros ocorre a cada mês, de acordo com a data
de aniversário do depósito. Quando você faz o resgate do dinheiro antes desse
dia, os rendimentos do período não serão creditados.
É
importante se atentar a essa questão da data de aniversário para não ter os
seus rendimentos comprometidos. Isso porque se você coloca e tira o dinheiro da
poupança todo mês antes do dia certo, os juros nunca trabalharão a seu favor e
o seu capital não renderá.
Dessa
forma, além de não ver os seus recursos crescerem devido aos resgates antes do
prazo, o seu dinheiro ainda poderá perder poder de compra por causa da inflação.
Qual é a relação entre inflação e poupança?
Quando as
pessoas fazem investimentos, um dos principais objetivos é ter ganhos
financeiros — e isso é possível com a poupança. Porém, se o montante investido
crescer, por exemplo, 6%, mas inflação do período for de 10%, você não terá
ganho real.
Isso
porque o dinheiro investido pode até ter aumentado nominalmente. Contudo, ele
terá perdido poder de compra para a inflação. Esse é um cenário comum quando a
taxa inflacionária do país está elevada.
Nesse
contexto, a poupança, muitas vezes, não gera um retorno real para o investidor.
Inclusive, nos últimos anos, essa aplicação superou a inflação somente em dois
meses: agosto de 2020 e outubro de 2022 — e foi de apenas 0,02%. No acumulado anual, a poupança costuma
perder para a inflação.
Portanto,
é essencial entender essa relação entre inflação e poupança, pois ao fazer
investimentos é sempre importante buscar alternativas que geram ganhos reais.
Assim, você não perde poder de compra ao longo do tempo e faz o seu patrimônio
crescer.
Como fazer o cálculo correto do rendimento da poupança?
Entendeu
como funciona a remuneração de uma conta poupança e qual a relação dela com a
inflação? Então é hora de aprender como fazer o cálculo correto do rendimento
dessa aplicação.
Para
isso, imagine que você investirá R$ 1.000,00 na poupança. Considerando a Selic
em 13,75% ao ano (porcentagem referente a dezembro de 2022), o cálculo a ser
feito é 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial.
A TR é
calculada diariamente e costuma ser próxima de zero. Portanto, considere esse
número para simplificar o cálculo. Logo:
1.000 x 0,5% = R$
5,00 por mês
Agora, se
a Selic cair e ficar, por exemplo, em 6,5% ao ano, o cálculo do rendimento é
70% da taxa mais a TR. Logo:
70% de 6,5% = 4,55%
Esse
número — 4,55% — corresponde ao rendimento anual da aplicação. Sendo assim:
1.000 x 4,55% = R$
45,50
45,50/12 = R$ 3,79
por mês
No primeiro
exemplo, o rendimento seria de R$ 5,00 por mês (R$ 60,00 ao ano). Já no
segundo, a rentabilidade seria de R$ 3,79 por mês (R$ 45,50 ao ano) —
desconsiderando os juros compostos no cálculo.
Vale a pena deixar o dinheiro na poupança?
Embora
seja um investimento seguro e conhecido por grande parte dos brasileiros, a
poupança tem alguns pontos negativos. Os principais, conforme explicado,
referem-se aos juros pagos somente na data de aniversário e ao rendimento
normalmente abaixo da inflação.
Portanto,
é interessante avaliar outras possibilidades no mercado financeiro. Isso porque
há alternativas tão seguras e simples quanto a poupança, mas que podem gerar
ganhos mais interessantes para os investidores.
Veja a
seguir algumas delas!
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título de renda fixa
emitido pelo Tesouro Nacional. Por meio dele, você empresta o seu dinheiro para
o Governo e recebe a quantia investida mais a variação da taxa Selic.
Lembra
que a poupança pode render 70% da Selic? Ao investir diretamente no Tesouro
Selic, o seu dinheiro rende 100% dessa taxa. Além disso, vale ressaltar que
esse investimento é bastante seguro, já que tem garantia integral do Tesouro
Nacional.
Ainda,
ele é bastante acessível, tem liquidez diária e rende todos os dias úteis —
diferentemente do que acontece na poupança.
CDB
Outro
investimento que vale a pena aprofundar os estudos é o CDB (certificado de depósito bancário). Ele
também funciona como uma forma de empréstimo, porém não para o Governo e sim
para instituições financeiras.
Ademais,
os CDBs são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), dentro dos
limites estabelecidos. Então, trata-se de uma aplicação que também se destaca
pela segurança. Em relação ao rendimento e à liquidez, as regras variam
conforme o título.
Esses e
outros investimentos, como a LCI (letra de crédito imobiliário), LCA (letra de
crédito do agronegócio) e fundos de renda fixa, podem ser alternativas
interessantes para substituir a caderneta de poupança. Portanto, vale
analisá-las e estudá-las, já que nem sempre eles terão liquidez diária.
Entendeu
como fazer o cálculo de rendimento da poupança? Como você viu, embora essa seja
uma aplicação bastante popular entre os brasileiros, há alternativas que podem
apresentar resultados mais atrativos, sem precisar abrir mão de segurança.
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