O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltou a crescer em 2017. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o crescimento foi de 1% em relação ao ano anterior. A economia brasileira volta a respirar após dois anos de recessão, com quedas de 3,8% e 3,6% em 2015 e 2016, respectivamente. Em valores correntes, o resultado consolidado do PIB em 2017 foi de R$ 6,6 trilhões. Mas afinal, o que é o PIB? Ele exerce influência sobre meus investimentos? O mercado projeta crescimento para 2018? Ao longo do texto tentarei esclarecer todas as dúvidas.
O que é o PIB?
O PIB representa a soma de todos os serviços e bens finais produzidos em uma região (país, estado, município, etc.), durante um determinado período de tempo, avaliados em preços de mercado. Complicado? Calma, vou tentar simplificar.
Primeiro vamos deixar mais claro o que entendemos por bens e serviços finais. São produtos vendidos ao consumidor final, do arroz com feijão ao avião, da manutenção de um veículo de passeio aos serviços prestados por médicos e advogados. Não são considerados bens finais o aço utilizado para produzir o carro, ou os insumos agrícolas necessários na produção do feijão, a teoria econômica chama esses bens de intermediários. Podemos dizer que os bens intermediários entram indiretamente na conta do PIB, por exemplo, uma montadora compra aço para fabricação de um carro, esse custo já está incluso no preço final repassado para o consumidor. Esse tipo de raciocínio impede um erro contábil denominado dupla contagem.
No cálculo do PIB inclui-se apenas a produção corrente no período de tempo especificado. Os períodos mais comuns de se avaliar são trimestres e anos, então, quando você estiver lendo ou ouvindo uma notícia sobre o PIB provavelmente a informação virá acompanhada do período de tempo, trimestre ou ano. É importante deixar bem claro que nem tudo comercializado no período em foco entra na contabilidade do PIB. Uma geladeira vendida em 2017 que foi produzida no ano de 2015 não entra no cálculo do PIB de 2017, essa geladeira já foi contabilizada no PIB de 2015 como variação no estoque.
Espero que agora tenha ficado mais claro. Da próxima vez que você ouvir ou ler que o PIB de um estado cresceu 2% no último ano, por exemplo, entenda que esse estado produziu 2% a mais de bens e serviços em relação ao ano anterior, e caso tenha ocorrido o contrário, significa que a produção caiu 2% em relação ao período anterior. O segundo caso é chamado de recessão pelos economistas, então sempre que se deparar com essa palavra pense que a produção caiu de um ano para outro.
PIB e o Mercado Financeiro
O PIB e o mercado financeiro sempre tiveram ao longo da história uma relação muito próxima. Em períodos de expansão do produto interno pode-se notar o aquecimento no mercado financeiro. Passam a haver mais transações monetárias, ordem de compra e venda de ações, empréstimos bancários para compra de casas, carros e bens de consumo de um modo geral e aumento do crédito para investimento empresarial.
Há evidências, literalmente em centenas de estudo, que além do crescimento econômico aquecer e movimentar mais o mercado financeiro, o desenvolvimento do próprio mercado financeiro suporta o crescimento econômico no longo prazo. Os estudos concluem que existem correlação e efeitos positivos entre PIB e mercado financeiro, ou seja, os dois caminham juntos.
Não é uma regra absoluta, mas existe uma tendência do índice de bolsa de um país acompanhar seu PIB. No Brasil temos o Ibovespa, S&P500 nos EUA, assim por diante. Então quando o mercado está otimista quanto à projeção do PIB é interessante o investidor aumentar a parcela de ativos de risco em sua carteira, e logicamente quando o mercado está pessimista é recomendável que o investidor diminua a quantidade de ativos de risco em sua carteira, essas recomendações servem principalmente para investidores de perfil conservador e moderado.
Se você deseja explorar e entender mais nesse tema, vou sugerir três artigos importantes para se aprofundar:
- Stock Markets, Banks, and Economic Growth (1998)
- Financial Development and Economic Growth: The Role of Stock Markets (2001)
- Financial Development and Economic Growth: A Meta-Analysis (2014)
Expectativa do Mercado para o PIB de 2018
Segundo as expectativas de mercado, o biênio de 2018/2019 reserva um cenário de otimismo e consolidação da retomada do crescimento econômico. O PIB brasileiro voltou a crescer em 2017, 1%, e deve continuar se expandindo nos próximos anos.
O Boletim Focus, elaborado em 16 de março, projeta crescimento do PIB em 2,83% e 3% para os anos de 2018 e 2019 respectivamente. São números muito significativos para uma economia que acaba de sair de um estágio de recessão.
Também foi divulgada pelo Boletim a inflação esperada, 3,63% e 4,2% para os anos de 2018 e 2019 respectivamente. Em ambos os casos a inflação esperada está abaixo do centro da meta estipulado pelo Banco Central de 4,5% ao ano (com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo).
Na quarta-feira, 21 de março, o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu por um novo corte na taxa Selic. A taxa caiu 0,25% e passou de 6,75% para 6,5. Esse foi o 12º corte consecutivo, resultando na mínima histórica desde sua criação em 1996.
Com todas essas informações podemos concluir que a expectativa para os próximos anos é de crescimento. Além disso, os cortes da taxa básica tendem a aquecer o consumo interno. Frente a esse cenário, qual será sua postura em 2018? Gastar e perder a oportunidade de elevar seu patrimônio? Ou investir e aproveitar a oportunidade de remar a favor da maré? Espero que seja a segunda opção, e se for, nós do App Renda Fixa estamos prontos para te ajudar a aumentar seus investimentos em 2018.
Artigos que podem ser úteis para você: Qual a relevância do cenário econômico nos investimentos | Investimentos x Expectativas para rumos da economia