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Recebemos algumas perguntas recentemente sobre saque do FGTS, a maior parte questionando se era vantajoso fazer o resgate do fundo para outros fins. Acho que essa é uma dúvida interessante e que muitas pessoas devem compartilhar, por isso resolvi falar hoje neste artigo sobre o assunto. Se você também quer saber quais as vantagens e desvantagens de fazer o resgate do seu FGTS, leia o artigo que preparamos hoje.
O FGTS
FGTS é a sigla para Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e é um benefício dos trabalhadores com carteira assinada. Consiste em um depósito que o empregador faz em uma conta na Caixa Econômica no nome do empregado e lá deposita mensalmente 8% do valor de seu salário. Os depósitos são corrigidos todo dia 10 de cada mês e o rendimento é de 3% ao ano.
O FGTS foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador caso ele sofra uma demissão sem justa causa. Assim, ele terá em seu nome um patrimônio que estará disponível quando mais necessitar de um auxílio financeiro.
Para sacar o benefício, existem algumas regras, o trabalhador poderá fazer o resgate em caso de demissão sem justa causa, na rescisão ou término de contrato, se estiver com alguma doença grave, quando for adquirir ou pagar uma dívida referente a casa própria, entre outras ocorrências.
O que muitas pessoas tem questionado é se vale a pena fazer um acordo com o empregador para ter acesso ao benefício e também se compensa amortizar a dívida do financiamento habitacional. São dois cenários bem distintos, mas é importante a gente falar sobre alguns pontos de cada um.
No primeiro, fazer um acordo de demissão, mesmo que seja para trocar a forma de contratação, pode ser algo bastante arriscado. Por isso depende da relação que você possui com o seu chefe e na confiança que conquistou nos seus anos na empresa. Antes de abrir mão de benefícios assegurados por lei como férias remuneradas, estabilidade, décimo terceiro salário, entre outros, o trabalhador precisa avaliar muito bem como está a sua vida e também o cenário econômico. A taxa de desemprego hoje ultrapassa 13%, por isso tenha bastante cuidado nesse momento.
Porém, caso o trabalhador realmente precise do dinheiro e não se enquadre no cenário onde pode ter acesso ao benefício ou até sim se enquadra, mas quer pensar um pouco mais sobre sacar ou não. É importante entender que o dinheiro do FGTS é para situações emergenciais, para quando, por exemplo, a pessoa perde o emprego e precisa de uma renda para arrumar sua vida naquele período no qual busca por novas oportunidades, fazer uso desse dinheiro para gastos não tão urgentes pode trazer sérios problemas no futuro.
Mas acredito que a dúvida maior aqui seja em relação ao rendimento. Compensa ou não? Bom, 3% de rendimento anual é um retorno extremamente baixo e quando falamos em taxa real, esse valor fica bem próximo a zero tendo ocasiões que a inflação facilmente supera essa rentabilidade. Ou seja, o trabalhador até pode ver o valor do FGTS acumular com o tempo, só que quando levamos em consideração o poder de compra desse dinheiro, a história complica. A inflação tem uma característica corrosiva sobre o dinheiro, é importante que você escolha investimentos que rendam acima do índice por conta disso.
Reinvestir o dinheiro do FGTS é uma boa escolha nesse sentido, mas é fundamental que você tenha um plano bem seguro em relação ao seu emprego. Outro ponto a ser destacado é não colocar essa quantia em aplicações com muita volatilidade, ou seja, que apresentam fortes variações. O destino mais recomendável para esse dinheiro é algum produto de renda fixa com garantia como CDB, LCI, LCA, LC, que contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ou Títulos Públicos que possuem a garantia do Tesouro Nacional.
Usar esse dinheiro para fins que não investir ou realmente usar em uma situação que não é emergencial pode deixar o trabalhador em um cenário de vulnerabilidade. Eu sei que é bastante complicado pensar no longo prazo, a gente tem necessidade por gratificações instantâneas e abdicar de algo que é bom para nós hoje porque pode ser bem mais importante no futuro pode significar um enorme sacrifício para algumas pessoas.
Agora, quando falamos de quitar a dívida de um financiamento imobiliário, é preciso que você avalie a taxa de juros que está pagando nas parcelas e o rendimento do FGTS. Geralmente, avaliando alguns cenários, o que se mostra mais interessante é amortizar as parcelas do seu financiamento. Quando você decide abater uma parte do seu saldo devedor, os juros que irá pagar da sua dívida serão menores, isso porque o cálculo dos juros leva em consideração o prazo e a taxa, fazendo a amortização de uma parte da quantia a pagar, o prazo será reduzido, você estará adiantando o pagamento de uma dívida e terá benefícios por isso.
Convenhamos que poucas coisas são tão prazerosas na vida do que enfim se livrar de uma dívida. O primeiro passo que você deve fazer se decidir pagar uma parte do seu crédito imobiliário com o FGTS é consultar o seu saldo no site ou em uma agência da Caixa Econômica, reunir a documentação necessária e levar até a Caixa ou a um correspondente e esperar pela a avaliação. Não será aprovada a retirada do valor para esse fim caso o trabalhador já tenha outro imóvel financiado que também esteja pagando as parcelas, o trabalhador não poderá ter outro imóvel em seu nome na cidade onde reside ou trabalha e por fim, as parcelas do financiamento devem estar todas em dia.
Além de poder utilizar o FGTS para diminuir o seu saldo devedor, também é permitido o abatimento de até 80% do valor das prestações em até 12 meses consecutivos desde que o contrato tenha sido assinado no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação. Assim, caso as parcelas estejam muito pesadas e quase já não caibam mais no seu orçamento mensal, essa pode ser uma alternativa.
Por hoje é isso, espero que vocês tenham entendido um pouco mais sobre o FGTS e que possam agora pensar melhor sobre o que fazer com esse dinheiro. Lembrando que qualquer dúvida, podem sempre entrar em contato conosco naqueles canais que mencionei no início, a gente adora interatividade, fiquem sempre à vontade!
Até a próxima!
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