O Fundo de Investimento é uma das modalidades de aplicações financeiras mais comuns no mercado brasileiro. Ele, reúne os recursos de vários investidores, que, de maneira conjunta, aplicam em diversos ativos que variam de acordo com a estratégia adotada pelo fundo.
São carteiras ou cestas de investimento que podem contar com títulos públicos, ações, derivativos, cotas de outros fundos, entre outros.
Desde janeiro deste ano, aproximadamente 4,2 milhões de reais estavam aplicados em algum Fundo de Investimento no país. Se você ainda não conhece muito bem como essa modalidade de aplicação financeira funciona, no artigo de hoje você vai conferir um guia completo sobre ele.
Confira nos tópicos a seguir todos os detalhes sobre o que é um Fundo de Investimento.
Entenda sobre fundo de investimento
Um Fundo de Investimento é uma modalidade de aplicação financeira que reúne os recursos de diversos investidores (os cotistas), que se juntam para contratar um gestor para alocar os recursos ali investidos em diversas modalidades de aplicações diferentes.
O fundo tem por objetivo final fazer com que os cotistas obtenham ganhos através de aplicações em produtos financeiro.
Didaticamente falando, o Fundo de Investimento funciona como um condomínio. Usamos essa comparação para que você entenda com mais facilidade a estrutura do fundo.
Em um condomínio de residências, cada um dos condôminos possui uma cota (apartamento, terreno ou casa) e paga alguém (síndico) para que administre e coordene as atividades do condomínio (jardinagem, limpeza, portaria, manutenção das áreas comuns e muito mais).
Da mesma forma, funciona o Fundo de Investimento, que possui um regulamento, onde estão estabelecidas as regras que os cotistas devem seguir.
Quando compra uma cota de um fundo, o cotista deve estar ciente e aceitar as regras do seu funcionamento e então, paga-se uma taxa de administração para que um administrador cuide do seu funcionamento.
A partir dessa modalidade de aplicação financeira coletiva, o investidor poderá aplicar seus recursos em vários produtos financeiros, que possuem diferentes graus de relação de riscos e a rentabilidade e a responsabilidade do trabalho de gestão são terceirizadas.
O gestor do fundo de investimento
No caso do Fundo de Investimento, o gestor é a figura que fica responsável pela geração da rentabilidade e pela gestão de riscos da carteira de investimentos. Será sua tarefa escolher os produtos que irão compor a carteira do fundo.
Um gestor deve ser certificado pela Anbima e precisa acompanhar de forma diária a quantia aplicada no fundo. Além disso, ele avalia as opções de aplicação e o cenário do mercado, considerando os acontecimentos políticos e econômicos.
O gestor do Fundo de Investimento tem o poder de tomar as decisões necessárias para aplicar o dinheiro dos cotistas, respeitando as regras relacionadas ao funcionamento do fundo.
Dessa forma, quando um investidor se torna cotista de um Fundo de Investimento, ele está contratando alguém que deverá tomar as decisões em relação ao investimento dos recursos aplicados e acompanhar, todos os dias, a rentabilidade dessas aplicações além de realizar a gestão dos riscos.
Em virtude disso, escolher um bom gestor é um dos fatores mais relevantes na hora de contratar um Fundo de Investimento.
Estrutura das cotas
Em um Fundo de Investimento ao invés de investir diretamente em um ativo, os cotistas compram as cotas do fundo, essa reunião de recursos pela compra das cotas será o patrimônio líquido do fundo e será utilizado para a alocação nos ativos que irão compor sua carteira, que vão seguir a política de investimento definida por suas regras.
A estrutura das cotas de um Fundo de Investimento é bem interessante e é essa estrutura que permite que todos os cotistas tenham sempre uma rentabilidade equivalente no mesmo período de tempo.
Além disso, essa estrutura faz com que o recurso de determinado cotista não se misture com os recursos de outro, assim, nenhum dos envolvidos é prejudicado ou leva vantagem sobre os demais.
O número de cotas possuídas por determinado cotista só é alterado caso ele faça aplicações, resgates ou no momento de um come-cotas (que é quando o Imposto de Renda específico do Fundo de Investimento é tributado).
Dessa maneira, investir é o mesmo que comprar uma cota do fundo, enquanto resgatar, é o mesmo que vender essa cota.
Em qualquer outro momento, o número de cotas possuídas pelo cotista continua sendo sempre o mesmo.
O que varia, nesse caso, é o preço unitário de cada uma das cotas, que muda de acordo com as flutuações do mercado. E é por isso que o saldo do investidor pode crescer ou diminuir, sem que aconteça o mesmo com a quantidade de cotas que ele possui.
Estratégia de investimento
Existem várias opções de tipos de Fundo de Investimento, que podem investir em:
- Ações;
- Renda fixa;
- Fundos DI;
- Fundos multimercado;
- Entre outros;
A estrutura de funcionamento de cada tipo de Fundo de Investimento é a mesma, mas cada um desses tipos possui uma diretriz de investimento diversa, que é denominada como política de investimento. É isso que determina o tipo de aplicação que o cotista está escolhendo.
No caso de um Fundo de Investimento, o cotista não precisa se preocupar com a administração do fundo, apenas com a escolha do gestor e do fundo onde vai aplicar o seu dinheiro.
A parte operacional fica sob a responsabilidade da gestão do fundo, inclusive a relacionada ao recolhimento dos impostos.
Contar com essa estrutura tem um preço e o cotista deve estar atento também ao custo do fundo escolhido, já que esse é um fator que gera impactos diretos em relação à rentabilidade do investimento.
Tributação
O Fundo de Investimento em si tem isenção de Imposto de Renda em relação ao rendimento acumulado. Isso significa que o fundo não recolhe Imposto de Renda na venda de um ativo para a aquisição de outro.
O lucro das operações vai se acumulando e as cotas valorizam, assim o Fundo de Investimento provisiona o IR que o cotista deve pagar através do sistema de come-cotas.
O come-cotas acontece quando o Governo faz o recolhimento antecipado de uma parte dos ganhos do cotista em um Fundo de Investimento e ocorre a cada 6 meses, no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano.
Em caso de fundos com longo prazo, a alíquota é de 15%, enquanto no caso dos fundos de curto prazo, é de 20%.
A tributação de cada cotista depende do prazo em que cada aplicação permanece no Fundo de Investimento, adotando os valores da tabela regressiva do Imposto de Renda.
Não estão sujeitos ao come-cotas os investidores isentos ou imunes da tributação do imposto de renda em virtude de legislação específica, bem como os fundos de classificação tributária de ações e alguns estruturados. Nesses casos, o imposto é recolhido apenas no momento do resgate.
Vantagens e desvantagens
Investir em um Fundo de Investimento tem suas vantagens e desvantagens, e listamos para você.
São vantagens do Fundo de Investimento:
- Gestão profissional
Em um Fundo de Investimento, a cotista conta com um profissional especializado, que se dedica em tempo integral para gerir os recursos de maneira eficiente;
- Diluição dos riscos e dos custos
Custos operacionais e administrativos das aplicações ficam divididos entre todos os cotistas que integram o fundo;
- Interesses alinhados
O gestor do fundo é remunerado através das taxas de administração e pela performance das aplicações. Ainda que a modalidade não seja perfeita, ela é capaz de alinhar melhor os interesses do cliente do que no caso de um gerente de banco, ou recomendações de corretoras de valores;
- Diversificação da carteira
O Fundo de Investimento possui valores mínimos de entrada baixos, de forma geral, permitindo que o investidor tenha uma carteira diversificada, uma vez que os recursos serão alocados em diversas aplicações, que possuem graus de risco e de rentabilidade também diversos.
Entre as desvantagens do Fundo de Investimento, podemos destacar:
- Custos
Para que a estrutura operacional do fundo seja mantida, é cobrada uma taxa de administração e esse é um dos fatores que merece mais a atenção do investidor, além da escolha do gestor, uma vez que altas taxas de administração podem reduzir a rentabilidade do Fundo de Investimento;
- Dificuldade de realocação
Toda vez que os recursos do fundo são realocados, o montante investido precisa circular pela conta corrente do investidor, que vai precisar decidir novamente onde irá aplicar o dinheiro;
- Cadastro
Um Fundo de Investimento tem uma estrutura de controle rígida e muito regulamentada, o que exige um cadastro extenso e novas assinaturas de contrato a cada fundo;
- Pouca transparência
Ainda que a regulamentação se esforce, o modelo de aplicação ainda possui certo grau de falta de transparência. As informações disponíveis no CVM sobre as carteiras são pouco claras para o investidor comum, que pode ficar sem saber direito onde está aplicando seu dinheiro.
Agora você já conhece em detalhes o que é um Fundo de Investimento e como essa modalidade de aplicação financeira funciona.
Se você gostou desse artigo e quer mais conteúdo sobre investimentos e para ajudar você a estruturar melhor a sua vida financeira, você encontra muito mais em nosso blog. Para isso, continue acompanhando as nossas publicações e confira também as nossas postagens anteriores.
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