O Tesouro Direto vem sendo, ao longo dos últimos anos, uma das aplicações financeiras preferidas dos investidores brasileiros, em especial aqueles que possuem um perfil mais conservador, em virtude dos seus riscos baixos e da sua boa rentabilidade.
Essa é uma alternativa de investimento bastante interessante e se você está começando agora a investir, precisa se informar a respeito.
Quem investe no Tesouro Direto precisa realizar o pagamento das taxas de custódia, que é cobrada duas vezes ao ano. A mesma passou por uma redução recente, o que pode atrair ainda mais investidores para a aplicação financeira, o que pode ser ótimo para o mercado.
No artigo de hoje vamos explicar para você o que é, para que serve e contar sobre a recente redução da taxa de custódia do Tesouro Direto, confira.
O que é?
A taxa de custódia do Tesouro Direto é cobrada para custodiar os títulos da dívida pública adquiridos pelo investidor através do site do programa, mantendo a mesma vinculada ao CPF do seu titular.
A taxa de custódia é paga a B3, que antigamente era chamada de BM&F Bovespa para que a instituição em referência à guarda desses títulos, a manutenção do sistema e o envio dos extratos a cada mês para o investidor.
Sendo assim, independente da corretora de valores escolhida pelo investidor para aplicar seus recursos financeiros no programa Tesouro Direto, é necessário fazer o pagamento da taxa de custódia à B3.
Você pode estar se perguntando agora qual seria a relação da Bolsa de Valores com o programa Tesouro Direto, que é do Governo Federal.
O que acontece é que a B3 tem uma parceria operacional com o Tesouro Nacional por meio da qual se torna possível que os títulos da dívida pública possam ser comercializados pela internet para pessoas físicas através do programa.
Como você pode perceber, a B3 é quem cuida de todos os processos operacionais necessários para que o dinheiro dos investidores seja protegido e registrado no nome e no CPF dos mesmos e é em virtude disse que a taxa de custódia se justifica.
Como é realizada a cobrança da taxa de custódia do Tesouro Direto?
O custo da taxa até o final de 2018 era de 0,30% (falaremos com mais detalhes sobre a redução da taxa de custódia adiante) acima do valor aplicado no Tesouro Direto.
Para exemplificar: caso o investidor tenha aplicado 1 mil reais em títulos da dívida pública por meio do programa, o mesmo terá de pagar 3 reais referentes a taxa de custódia para a B3 a cada ano.
A taxa de custódia é calculada a cada dia e cobrada a cada semestre no primeiro dia útil dos meses de janeiro e julho ou de forma proporcional ao período que passou desde a data do investimento na ocorrência de determinados eventos, tais como:
- Recebimento dos juros semestrais;
- Resgate antecipado do título;
- Vencimento do título.
A cobrança da taxa é realizada de forma automática na conta da corretora de valores usada pelo investidor, dessa maneira é necessário que o mesmo tenha recursos em caixa para que o débito possa ser realizado.
Alguns dias antes da cobrança da taxa de custódia, o Tesouro Nacional comunica o investidor por e-mail sobre qual será o valor a ser cobrado.
Você já pode ter visto alguma corretora anunciando taxa zero para o investimento no Tesouro Direto e nesse caso, elas não estão se referindo à taxa de custódia, uma vez que essa deve ser paga à B3 e não à corretora.
Neste caso, a corretora está se referindo a taxa de administração da corretora e não sobre a taxa de custódia.
Algumas corretoras podem zerar esse custo, enquanto outras fazem a cobrança das taxas de administração.
No site do Tesouro Direto você pode consultar acerca da cobrança de taxas praticadas por cada uma das instituições financeiras habilitadas pelo programa. Para saber mais detalhes, clique no link a seguir: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-instituicoes-financeiras-habilitadas.
Anúncio de redução de 0,30% para 0,25% poderá atrair novos investidores!
A partir de janeiro de 2019, a taxa de custódia do Tesouro Direto que era de 0,30% ao ano, como dissemos, passa a ser de 0,25%, conforme o anúncio realizado em novembro de 20198 por Otavio Ladeira, secretário substituto do Tesouro Nacional.
Segundo Ladeira, a reeducação da taxa de custódia do Tesouro Direto vai permitir que o programa se torne mais competitivo em comparação a outras aplicações financeiras disponíveis no mercado de investimentos do país.
O percentual da redução, ainda que aparentemente pequeno, pode representar um total de 26 milhões de reais a mais nos bolsos de quem realiza investimentos no Tesouro Direto, em relação ao volume total dos recursos aplicados no programa.
A avaliação do secretário substituto do Tesouro Nacional é de que o ano de 2018 foi muito positivo para quem investiu no Tesouro Direto.
Outro fato apontado por Ladeira que pode fazer com que mais investidores se interessem pelo programa é de que a maior parte das instituições financeiras habilitadas pelo programa atualmente não realiza mais a cobrança de taxas de administração, que anteriormente ficavam por volta de 0,5%.
É possível ainda que a taxa de custódia do Tesouro Direto sofra mais reduções ao longo deste ano, entretanto, como parte dos recursos arrecadados por meio da taxa são voltados para ações de educação financeira, a redução pode não ser tão alta.
Segundo Ladeira, uma redução ainda mais alta seria possível, mas o braço da educação financeira poderia ser perdido. Porém, ainda faz parte da agenda do Tesouro Nacional uma redução futura da taxa de custódia. A intenção é estudar a redução sem que haja qualquer comprometimento do programa.
No artigo de hoje você ficou sabendo o que é e para que serve a taxa de custódia do Tesouro Direto, além de informações sobre a recente redução dessa taxa, o que poderá atrair novos investidores para a aplicação.
Atenção para a taxa zero anunciada pelas corretoras
Como dissemos, a taxa de corretagem não é paga para a corretora de valores pela qual o investidor aplica seus recursos no Tesouro Direto, mas sim à B3. Entretanto, as corretoras podem cobrar taxas de administração pelos serviços prestados, embora boa parte delas anunciem taxas zero nesse sentido.
O fato é que, caso a corretora não realize cobrança de taxas de administração, isso pode ser uma vantagem para o investidor. Porém, é necessário ficar atento à outras cobranças referentes ao serviço que podem estar ocultas.
No modelo de negócios das corretoras de valores podem ser observados muitos custos, alguns dele visíveis e outros ocultos e para quem investe, o que deve ser levado em consideração não são os valores de cada taxa de forma isolada, mas sim o montante que será resgatado futuramente depois do desconto das taxas e dos impostos.
A questão é que entre o momento inicial da aplicação e o dia do resgate, o dinheiro investido passa por diversas mãos: emissor do título, corretora, agentes autônomos, instituição bancária, B3, entre outros. E todos esses agentes estão envolvidos quando você investe o seu dinheiro.
Para cada um desses intermediários, é necessário pagar o serviço de alguma forma, seja ela direta ou indireta. Em alguns casos o custo é explícito e em outros, é oculto.
Cada um desses custos tem a sua função específica e todos eles geram incentivos dos agentes do mercado que nem sempre vão coincidir com o interesse do investidor.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que quando nos referimos aos custos ocultos, não estamos falando de ações antiéticas das corretoras de valores.
Na verdade, estamos destacando a existência de um conflito de interesses que pode significar que quando uma corretora anuncia a taxa zero, isso não quer dizer necessariamente que você vai ganhar mais utilizando os serviços dela.
O que pode estar acontecendo é que a corretora está simplesmente tornando um custo, que antes era explícito, em um custo oculto, o que reduz a transparência em relação ao que está sendo feito com o dinheiro que você investiu.
Você deve ter atenção ao custo total da sua carteira de investimentos, o que é mais relevante do que se atentar as tais taxas zero.
Com certeza em virtude das inúmeras taxas e interesses envolvidos, fazer o cálculo do valor total pode ser trabalhoso.
Para solucionar a questão, você pode perguntar à sua instituição financeira qual será o custo total que a sua carteira de investimentos vai ter a cada ano levando em consideração cada uma das tarifas a serem cobradas.
Ainda assim, pode ser que a resposta obtida não seja completa uma vez que você pode ainda não saber quantos ativos vai adquirir e vender no decorrer do ano.
O custo é, sem dúvidas, um dos fatores essenciais para a tomada de decisões em relação às suas aplicações financeiras e a maneira como os agentes financeiros realizam essa cobrança diz muito sobre o trabalho dos mesmos, por isso, antes de se deixar seduzir pelo anúncio de taxa zero, esteja atento também aos custos ocultos do investimento.
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