Na ânsia de começar a investir, muita gente olha apenas para a rentabilidade, mas pequenos detalhes podem dar uma grande dor de cabeça se você não entender alguns conceitos do mercado financeiro.
Um desses conceitos é a liquidez do seu investimento, que é a facilidade do seu ativo se transformar em dinheiro. Quanto maior for a liquidez, maior será a facilidade do resgate. Da mesma forma, quanto menor for a liquidez, mais difícil será ter o dinheiro na mão.
Por isso a liquidez deve ser trabalhada de acordo com o objetivo do seu investimento. Se você busca criar uma reserva de emergência, investimentos que oferecem liquidez apenas no vencimento devem ser evitados, uma vez que você não poderá resgatá-lo antes do prazo combinado ou poderá se o valor do ativo for reduzido, causando uma perda de rentabilidade significativa.
Conciliar a rentabilidade com o prazo e a liquidez é o principal desafio de qualquer investidor. Investimentos de renda fixa com rentabilidade acima da média costumam oferecer liquidez apenas no vencimento e prazos mais longos, enquanto aqueles que pagam até 100% da taxa DI costumam oferecer liquidez diária.
O que é a inflação?
A inflação nada mais é que o aumento generalizado dos preços, que acarretam na perda do poder de compra do consumidor. Se, por exemplo, a inflação foi de 10% e seu salário teve reajuste de 5% em um determinado ano, seu poder de compra naquele período diminuiu. Com o custo de vida mais alto, você será terá um gasto maior para manter o mesmo padrão de vida do ano anterior.
Ainda vale a pena investir em Renda Fixa?
Para quem investe a sensação é de perda de rentabilidade, uma vez que a remuneração dos investimentos de renda fixa é diretamente impactada pelas alterações na Selic, que por sua vez é impactada pela inflação.
Ao pesquisar a rentabilidade de um investimento, é necessário olhar não só a taxa de juros oferecida, mas também a inflação do período. No final das contas, o que importa são os juros reais dos investimentos, que são os juros da aplicação menos a inflação do período.
Em dezembro de 2015, por exemplo, a taxa Selic fechou o ano em 13,47%, enquanto o IPCA, índice utilizado para medir a inflação oficial, encerrou o ano em 10,67%. Os juros reais naquele período fecharam em 2,53%, valor abaixo da projeção do mercado para o final de 2017. Segundo o último boletim Focus, a projeção do IPCA para os próximos 12 meses é de 4,40%, enquanto a Selic deve encerrar o ano com a meta em 8%, o que resulta num juro real de 3,44% ao ano. Dei esse exemplo para mostrar que altos juros não são garantia de altos juros reais, pois a inflação “rouba” uma parte da sua rentabilidade.
E onde a Selic entra nessa história?
Como já foi dito, a diminuição da Selic é reflexo da inflação em queda. O Banco Central, por meio do COPOM, utiliza a Selic como uma das formas de manter a inflação controlada. Como a Selic serve de parâmetro para diversas outras taxas da nossa economia, as taxas de juros em empréstimos e financiamentos também sofrem diminuição, o que aumenta o dinheiro em circulação e incentiva o consumo.
Lembre-se: ao analisar uma aplicação, você deve focar nos JUROS REAIS e não nos JUROS NOMINAIS, pois a inflação é uma inimiga oculta que pouquíssimos investidores prestam atenção.
Fonte de dados: Banco Central e Portal Brasil