Os investimentos de renda fixa têm esse nome porque as condições de rentabilidade são conhecidas no momento da aplicação, mas isso não significa que, necessariamente, você saberá o valor que irá receber no final da aplicação. Você deve estar confuso ou confusa, mas isso acontece porque existem dois tipos de títulos de renda fixa: os prefixados e os pós fixados, e vou explicar cada um deles para você conseguir entender.
Títulos prefixados
Um título é prefixado quanto, no momento da aplicação, você já sabe exatamente a taxa de juros que vai receber e, consequentemente, já sabe o quanto irá resgatar no final da aplicação.
Se você investe 1.000 reais num título com vencimento em 361 dias, com uma taxa de 10% ao ano, você sabe que daqui 1 ano vai resgatar 1.100 reais menos os impostos que vão incidir sobre a rentabilidade, que no caso foi de 90 reais.
Para quem não lembra, os impostos incidentes são:
- Imposto de renda: até 180 dias, 22,5%; de 181 a 360 dias, 20%; de 361 a 720 dias, 17,5%; acima de 720 dias, 15%.
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), para resgate antes de 30 dias que a aplicação foi realizada, que varia de 97% no primeiro dia de investimento a 3% no 29º dia de investimento.
Títulos pós-fixados
Já os títulos pós-fixados são aqueles cuja remuneração é atrelada a um índice, como a taxa DI (que segue a Selic) ou mesmo a própria Selic, que é o caso do Tesouro Selic. Para se ter uma ideia de como essas taxas andam lado a lado, no dia que escrevo esse artigo a taxa Selic diária está em 8,15%, enquanto a taxa DI está em 8.14% ao ano. Esse tipo de título também pode ser atrelado a inflação (IPCA ou IGPM) somada a uma taxa de juros prefixada. São os famosos títulos IPCA+, oferecidos inclusive pelo programa do Tesouro Direto. Por mais que o título tenha parte da rentabilidade prefixada, esse título é considerado pós-fixado, já que não há como saber a inflação do período do investimento.
Se você comprar hoje um CDB que remunera 110% da taxa DI, seu título será remunerado até o vencimento pelos mesmos 110% da DI, independentemente do valor que a DI esteja. Com a DI no dia em que escrevo esse artigo em 8,14% ao ano, um título que paga 110% da DI equivale a uma rentabilidade de 8,95% ao ano. Como eu fiz esse cálculo?
Essa taxa ao ano é transformada numa taxa ao dia, que é divulgada diariamente pela CETIP, e é utilizada pelo seu banco ou corretora para remunerar o seu título atrelado a DI todos os dias úteis. Por exemplo, no dia 11/09/2017 a DI fechou em 8,14% ao ano. O quadro ao lado mostra a taxa ao dia equivalente a taxa ao ano.
Fonte: CETIP
Mas como esse cálculo foi feito? Aplicando a fórmula a seguir:
Aplicando essa fórmula, encontramos o mesmo número divulgado pela CETIP, que foi de 1,00031059. Por exemplo, para saber a rentabilidade do dia 11/09/2017 de um título que remunera 100% da taxa DI, basta multiplicar o valor investido pelo número divulgado pela CETIP.
Espero que tenham gostado do artigo! Dúvidas ou sugestões, comentem aqui embaixo!