Aprenda o passo-a-passo
Ao pé da letra, COE significa Certificado de Operações Estruturadas. É uma modalidade de investimento relativamente nova no Brasil, que tem como característica reunir, em um só título, elementos da Renda Fixa e da Renda Variável.
Foi criado no ano de 2010 pela Lei 12.249, mas regulamentado em 2013 pelo Conselho Monetário Nacional (Resolução 4.623), órgão superior do Sistema Financeiro Nacional. Só começou a ganhar mais fama em 2015, com a regulação dada pela CVM através da Instrução n° 569, que possibilitou a venda através de corretoras e distribuidoras de valores. É conhecido por muitos como a versão brasileira das Notas Estruturadas, investimentos muito populares nos Estados Unidos e na Europa.
Assim como um CDB o COE é um instrumento utilizado pelos bancos para captar dinheiro dos investidores. Logo, ao comprar um COE, você está emprestando dinheiro para uma determinada instituição financeira.
Um dos principais atrativos é a possibilidade de ter ganhos de renda variável com parte ou total do capital investido protegido. Dependendo da modalidade do COE, você poderá ter de volta todo o dinheiro investido, mesmo que a operação estruturada não dê certo.
E quais são as modalidades?
1) Valor nominal protegido: todo o capital investido está garantido. É indicado para o investidor com perfil de risco moderado, já que, no pior das hipóteses, terá o capital investido de volta no final da operação. A notícia boa é que, no Brasil, a grande maioria dos COEs emitidos tem essa característica.
Ponto importante: por mais que, nominalmente, não exista risco de perda, o capital investido não está protegido da inflação do período. É como se o dinheiro tivesse ficado parado na conta corrente, sem nenhum tipo de rentabilidade;
2) Valor nominal em risco: nessa modalidade é possível perder até o limite do capital investido. Por esse motivo, é mais indicado para o investidor com perfil de risco agressivo, já que poderá terminar a operação sem o valor que foi investido.
Rentabilidade do COE
Basicamente, a rentabilidade do COE está relacionada ao desempenho futuro de um determinado grupo de ativos financeiros ou índices, que podem ser nacionais ou internacionais, como:
- Ações de empresas brasileiras;
- Ações de empresas estrangeiras;
- Índice Bovespa;
- Índice de bolsas internacionais (Ex.: Down Jones);
- Câmbio (Ex.: dólar);
- Commodities (Ex.: ouro, milho), etc.
Além disso, pode haver um limite de ganho máximo para quem investe em COE, da mesma forma que existe um limite de perda. Sendo assim, se a operação tiver um lucro acima do limite estipulado, seu ganho ficará restrito a esse limite.
Cada COE depende de uma estratégia adotada pelo banco emissor, que estabelece os ativos objeto ou índices, os cenários de perdas e ganhos, o valor mínimo de aplicação, as datas de início e vencimento da operação e a modalidade do investimento.
Todas essas informações não só podem, como devem ser consultadas no Documento de Informações Essenciais, também chamado de DIE, que, pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deve ser fornecido pela instituição financeira responsável pela intermediação do negócio, seja ela uma corretora, distribuidora ou banco, que solicitará a assinatura do investidor no termo de adesão e ciência de risco no ato da compra.
É coberto pelo FGC?
Diferente de grande parte dos investimentos de renda fixa, o COE não faz parte da cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura o investidor até o limite de R$ 250.000 por CPF e por instituição financeira. Como o maior risco do COE é o banco emissor quebrar, é importante procurar bancos que tenham alta solidez no mercado, o que pode evitar dor de cabeça no futuro.
Imposto de Renda
Um ponto comum entre o CDB e o COE é a alíquota do imposto de renda, que deve ser aplicada sobre toda a rentabilidade do investimento, conforme segue abaixo:
- Até 180 dias, 22,5%;
- De 181 a 360 dias, 20%;
- De 361 a 720 dias, 17,5%;
- Acima de 720 dias, 15%.
É possível vender antes do prazo?
Por não possuir liquidez diária, o COE não é indicado para quem tem a necessidade de sacar o dinheiro antes da data de vencimento da operação. Caso o investidor queira sair da operação antes do vencimento, o risco de perda é grande. Por esse motivo, é indicado para quem já possui a reserva de emergência em um investimento com alta liquidez e tenha capital disponível e perfil de risco adequado para investir em um produto de risco maior, comprometendo apenas aquela parte do seu dinheiro que não será necessário utilizar até o dia do vencimento.
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