A taxa
Selic é parte presente do noticiário econômico brasileiro. Isso acontece porque
ela é a taxa básica de juros da economia, com grande influência no cotidiano de
pessoas e empresas. Portanto, faz sentido que as pessoas se questionem se a
Selic vai cair ou não.
O fato é
que o ano de 2023 iniciou com a taxa básica de juros em um patamar alto, acima
dos dois dígitos. Porém, com a inflação aparentemente sob controle nesse
período, a possibilidade de queda dessa taxa passou a ser discutida com mais
intensidade.
Mas,
afinal, a Selic cairá em 2023? Entenda mais sobre a taxa básica de juros e veja
as perspectivas para ela!
O que aconteceu com a Selic em 2023?
A taxa Selic iniciou 2023 em 13,75% ao ano,
patamar definido na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Bacen em
agosto de 2022. Desde então, o grupo se reuniu mais 7 vezes até junho de 2023,
mantendo esse percentual em todos os encontros.
Esse
ciclo de altas da Selic teve início ainda em março de 2021. À época, o Copom
elevou a taxa de 2% para 2,75% a.a. Os motivos tinham relação com o controle da
inflação, que também estava em um período de alta.
O que ainda esperar da Selic em 2023?
O
controle da inflação é uma das principais funções da taxa Selic. Quando o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da
inflação no país, começa a registrar altas e dar sinais de que superará a meta,
é comum que o Copom eleve os juros.
Assim,
com a Selic mais alta, é esperado que ocorra um resfriamento na atividade
econômica do país, pois o crédito fica mais caro. Nessa situação, há um
desestímulo ao consumo, ajudando a controlar a inflação.
Nesse
sentido, como você viu, os juros no Brasil começaram a subir para controlar as
altas do IPCA. Para entender melhor, o IPCA encerrou 2021 em 10,06%. Já em 2022, o percentual foi de 5,79%. No país, desde 2021, a meta de inflação é de 3%, com intervalo
tolerável de 1,5% para cima ou para baixo.
Como é
possível perceber, houve uma redução no acumulado do IPCA entre 2021 e 2022 —
embora ainda tenha ficado acima da meta. A queda continuou em 2023 quando, em
maio, o acumulado dos últimos 12 meses era de 3,94%.
Essas
quedas na inflação se tornaram um dos principais fatores de cobrança para uma
queda na Selic — visto que os juros altos teriam cumprido seu papel. Na ata do
Copom, divulgada após reunião em junho, o Comitê sinalizou que a Selic pode
cair a partir de agosto de 2023.
Contudo,
vale pontuar que eventuais reduções nos juros serão gradativas e o Copom deve
continuar monitorando o mercado. Estimativas do Boletim Focus de junho,
por exemplo, apontam que a Selic deve encerrar 2023 acima de 12%.
O que a queda da taxa de juros significa para os investimentos?
A queda da Selic tem um impacto direto no
cotidiano da população. Afinal, ela se relaciona diretamente com o acesso ao
crédito, que pode ficar mais barato e estimular o consumo.
Ademais,
os impactos se estendem para o mercado de investimentos. Isso acontece porque
diversos títulos de renda fixa, em especial aqueles com rentabilidade
pós-fixada, seguem a taxa Selic — como o Tesouro Selic.
Outro
indicador comum na renda fixa é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI),
cujo percentual é historicamente próximo à Selic. Isto é, ele acompanha as
variações da taxa básica de juros da economia.
Logo, uma
queda na taxa Selic leva a uma redução na rentabilidade de investimentos que
usam esse indicador ou o CDI como benchmark. Reduções mais significativas nos
juros podem deixar esses títulos menos atrativos para os investidores.
Como o investidor pode se preparar para a queda da taxa?
Agora que
você entendeu mais sobre o cenário para a Selic, é essencial saber como se
preparar para uma eventual queda. Confira as dicas a seguir!
Mantenha a cautela
Mesmo
diante da queda dos juros, é essencial manter a cautela. Normalmente, tomar
decisões impulsivas e baseadas em tendências de curto prazo tende a gerar mais
impactos negativos do que positivos à sua carteira.
Portanto,
analise o que pode acontecer com a Selic até o final do ano e em 2024, com base
no cenário econômico e nas perspectivas do mercado. Depois, avalie a composição
atual da sua carteira e os reflexos de uma eventual queda na taxa de juros em
seus resultados.
Diversifique a carteira
Outra boa
prática é garantir que a carteira seja diversificada. Por exemplo, você não
precisa manter 100% das suas aplicações em títulos indexados pela Selic ou pelo
CDI. É possível contar com títulos híbridos, que seguem o IPCA, ou com
aplicações prefixadas.
Além
disso, a depender da sua tolerância ao risco, há como buscar investimentos na renda variável. Eles são mais arriscados e não
garantem retorno, mas podem ter potencial de ganhos maior. Caso você tenha
maior apetite ao risco, é possível expor uma parcela da carteira a ativos dessa
classe.
Buscar novas oportunidades
Mesmo com
a queda da Selic no futuro, sair da renda fixa não é a única forma de buscar
retornos interessantes. Isso acontece porque existem diversas alternativas na
classe, além daquelas mais tradicionais — como títulos do Tesouro e
certificados de depósito bancário (CDBs).
Em vez
disso, você pode buscar alternativas como as debêntures incentivadas, que são títulos de
crédito privado emitidos por empresas. Como elas não têm garantia, costumam
oferecer um retorno mais elevado. Ainda, elas têm isenção de Imposto de Renda
(IR) sobre os lucros.
Também
existem investimentos alternativos, como os precatórios. Eles são uma promessa de
pagamento do poder público (municipal, estadual ou federal) e costumam
apresentar um potencial de retorno atraente.
Completando
esta leitura, você entendeu mais sobre a Selic em 2023 e agora pode avaliar se
ela vai cair ou não. Mas lembre-se de que, mesmo se a taxa for reduzida, ainda
existem oportunidades para você analisar na renda fixa.
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