Como se beneficiar dos juros reais?
Pode-se ouvir por aí que mesmo com a queda da Selic, os juros reais continuam altos. A melhor forma de entender as constantes mudanças na taxa básica de juros da nossa economia é entender a sistemática do mercado. E, neste artigo vamos te mostrar como!
Basicamente, a Selic é uma das principais formas utilizada pelo governo para controlar a inflação, em outras palavras, é o aumento generalizado dos preços de produtos e serviços. No Brasil, o índice utilizado para medir a inflação oficial é o IPCA (índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que leva em consideração uma cesta de produtos e serviços e abrange as famílias com renda mensal de 1 (um) até 40 (quarenta) salários mínimos.
Movimentos da inflação
Quando a inflação está alta, a tendência é que o governo ajuste a Selic para cima para diminuir a oferta de crédito para frear o consumo.E, consequentemente, desacelerar o aumento de preços. Já quando a inflação está em queda, a tendência é que a Selic seja ajustada para baixo. É exatamente este o cenário que estamos vivendo atualmente. Entretanto, não quer dizer que os investimentos de renda fixa deixaram de ser interessantes.
A reclamação de muitos investidores é que a rentabilidade nominal dos títulos de renda fixa sofreram uma queda brusca, se compararmos com 2015, por exemplo, em que a Selic chegou a 14,25% ao ano. Mas, um ponto que muitas pessoas não se atentam é que a inflação daquele período estava muito alta. Se compararmos com os valores atuais. Para se ter uma ideia, o ano de 2015 encerrou com o IPCA acumulado de 10,67% ao ano. Enquanto que 2017 o acumulado foi de apenas 2,95%.
Para saber a rentabilidade real de um investimento, é necessário descontar a inflação dos juros que serão pagos sobre o capital investido. E não apenas olhar a rentabilidade nominal do investimento. Analisando friamente os números, é possível constatar que, atualmente, os juros reais estão mais altos do que em períodos em que a Selic alta.
E como ficam os rendimentos de renda fixa?
Dia 18 de setembro de 2019, foi anunciado pelo COPOM que a taxa Selic passou a ser 5,5% ao ano, sendo uma taxa extremamente baixa quando voltamos ao histórico brasileiro e essa queda se deve a uma estratégia econômica para impulsionar o consumo e a economia como um todo, como já vimos até aqui. Mas o que interessa pra gente nesse momento é a nossa rentabilidade! Como é possível que ainda temos chances de ter uma taxa atrativa em títulos de renda fixa se a taxa selic não para de cair? Como é que conseguimos nos livrar disso e garantir a nossa rentabilidade?
Existem dois regimes de taxas atualmente: O pós-fixado, no qual consiste em fornecer a taxa final só no prazo de vencimento do título. Desta forma, conforme a taxa vai mudando, a rentabilidade do título vai mudando também e em um cenário de baixa na taxa Selic, esse não é o regime mais atrativo. É exatamente nesta situação, que estamos vivendo hoje, que entram os Prefixados.
Eles fazem com que você segure uma taxa única de hoje até a data de vencimento do seu título, essa taxa não vai mudar e diante deste cenário de tendência de queda, o melhor é conseguir manter uma taxa mais alta. É válido observar que no mês de julho era possível conseguia encontrar taxa de até 11% ao ano e apenas um mês depois as taxas foram até quase 9% ao ano, sendo então o cenário econômico atual aquele no qual rodeia reformas e é favorável a diminuição da taxa.