A
plataforma do Tesouro Direto foi criada em uma parceria da B3 (bolsa de valores
nacional) com o Tesouro Nacional. Nela, são negociados os títulos públicos,
considerados os investimentos de menor risco do mercado brasileiro.
Entender
como funciona a liquidez dos títulos do Tesouro Direto é essencial para que você possa
fazer um planejamento financeiro atendendo aos seus objetivos de curto, médio e
longo prazo. Afinal, fazer os resgates em momentos desfavoráveis pode
prejudicar a sua rentabilidade, certo?
Neste
post, você aprenderá quanto tempo leva para converter o investimento em um
título público em dinheiro. Saiba mais sobre a liquidez do Tesouro Direto e a
importância de dar atenção aos prazos dos títulos!
Como é a remuneração dos títulos do Tesouro Direto?
Os
títulos de dívida pública emitidos pela União são aplicações de renda fixa usadas para a captação de recursos
para uso em infraestrutura, saúde e educação. Nesse caso, o investidor empresta
o capital ao Governo, e recebe a quantia investida mais os juros acordados no
momento do aporte.
Vale
entender que as aplicações do Tesouro Direto oferecem três tipos de
remuneração. São elas:
●
prefixada: uma taxa fixa conhecida no
momento do aporte;
●
pós-fixada: taxa de juros atrelada a um
indicador econômico, como a Selic (taxa básica de juros);
●
híbrida: uma taxa fixa mais a variação de
um indicador econômico, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o
medidor oficial da inflação no Brasil.
Dessa
forma, o investidor sabe qual a lógica de remuneração dos títulos públicos
assim que faz o investimento. Mas a rentabilidade proposta deve ser considerada
apenas se a aplicação for levada até o seu vencimento.
Em 2024,
os principais títulos do Tesouro Direto eram:
●
Tesouro
Prefixado;
●
Tesouro
Selic;
●
Tesouro
IPCA+;
●
Tesouro
RendA+;
●
Tesouro
Educa+.
Como funciona a liquidez do Tesouro Direto?
Ao
entender as características de remuneração dos títulos do Tesouro Direto, é
hora de saber como funciona a liquidez nesses investimentos. Grande parte
dessas aplicações tem liquidez diária, ou seja, é possível fazer o resgate a
qualquer momento.
Vale ter
em mente que o Governo garante a recompra dos títulos do Tesouro Direto — o que
confere a eles a possibilidade de conversão do investimento em dinheiro
rapidamente. No entanto, algumas aplicações podem ter carência, ou seja, um
período no qual não é possível fazer o resgate.
Esse é o
caso do Tesouro Educa+ e do Tesouro RendA+, que têm carência de 60 dias. Nesse
período, não é possível antecipar os resgates.
Além
disso, apesar de apresentarem o menor risco do mercado, como você viu, títulos
públicos podem sofrer a influência da marcação a mercado. Esse é um mecanismo
de atualização diária de preços dos investimentos.
A
marcação a mercado ocorre, principalmente, em razão das oscilações em
indicadores econômicos como a taxa Selic e o IPCA. Desse modo, ela pode
impactar mais os títulos do Tesouro Prefixado e as alternativas com remuneração
híbrida, como o Tesouro IPCA+.
Já o
Tesouro Selic tende a não sofrer os impactos da marcação a mercado. Isso ocorre
porque a rentabilidade dessa aplicação é creditada diariamente, ou seja, não há
risco de perdas nesse caso. Por esse motivo, esse investimento costuma ser
usado para a criação da reserva de emergência.
Quando ocorre a liquidação nos resgates do Tesouro Direto?
Quando se
trata da liquidez dos investimentos, pode haver uma confusão do termo com a
liquidação. Como você entendeu, parte dos títulos do Tesouro Direto tem
liquidez diária, devido à garantia de recompra do Governo. Porém, a liquidação,
ou seja, a data em que o dinheiro é creditado na conta do investidor, pode ser
diferente.
Em 2024,
ela ocorria em D+0, ou seja, no mesmo dia, caso o resgate da aplicação fosse
realizado até as 13h na plataforma. Fora desse horário, o investidor só poderá
ter o capital disponível em D+1, ou seja, um dia útil após o resgate.
Por que dar atenção aos prazos das aplicações no Tesouro Direto?
Agora que
você sabe como funciona a liquidez do Tesouro Direto e a liquidação, ainda é
preciso dar atenção aos prazos dos investimentos antes de fazer as suas
escolhas. Para isso, é preciso avaliar os seus objetivos financeiros de curto,
médio e longo prazo.
Dessa
maneira, você poderá optar pela alternativa que atenda às suas necessidades,
sem precisar fazer resgates antecipados que podem levar a perdas relacionadas à
marcação a mercado. Portanto, ao entrar na plataforma, você verá que o
vencimento do título varia com o lote de cada um deles.
Por
exemplo, o Tesouro Prefixado 2026,
disponibilizado no Tesouro Direto em
janeiro de 2024, tinha vencimento em 1º
de janeiro de 2026. Já o vencimento do Tesouro
Selic 2029 era em 1º de março de 2029.
O que evitar ao investir no Tesouro Direto?
Como você
viu, apesar de serem investimentos seguros e apresentarem liquidez diária, em
sua maioria, compreender as características das aplicações do Tesouro Direto
facilita o planejamento da sua carteira. No entanto, há questões a se
considerar ao investir nos títulos públicos para não errar nessa escolha.
Saiba o
que evitar ao fazer esse investimento!
Fazer o resgate antecipado sem considerar a tributação
Assim
como outros investimentos de renda fixa, os títulos públicos sofrem a
incidência de impostos, como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF). Para ambos, as alíquotas seguem uma tabela
regressiva.
No caso
do IR, ela vai de 22,5%, para investimentos até 180 dias, a 15%, quando o resgate é feito após 720 dias. No caso do IOF, ele só é cobrado se a
retirada for realizada dentro de 30 dias, com alíquotas que variam de 96% no
primeiro dia a 3% no 29º dia.
Ignorar custos e taxas
Algumas
instituições financeiras cobram taxa de corretagem em suas operações, então é
preciso ficar atento a esse ponto. Além disso, a bolsa de valores brasileira
cobra uma taxa de custódia anual dos títulos públicos — que em 2024 era de 0,2%
sobre o valor das aplicações. A exceção fica para o Tesouro Selic, que conta
com isenção para investimentos de até R$ 10.000.
Não acompanhar informações sobre o mercado
Por fim,
após entender os impactos da marcação a mercado na rentabilidade dos
investimentos no resgate antecipado, o investidor deve se manter informado sobre as condições do mercado. Dessa forma,
não deixe de acompanhar as movimentações da Selic e da inflação, por exemplo,
para tomar as melhores decisões sobre
suas aplicações.
Neste
post, você aprendeu como funciona a liquidez nos investimentos do Tesouro
Direto. Com essas informações, você tem mais embasamento para escolher as
aplicações mais adequadas, considerando os seus objetivos financeiros.
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