Ao
realizar investimentos, é importante se atentar a diversos aspectos, como
potencial de retorno e segurança. Entre os fatores que podem comprometer os
resultados do investidor, está o risco de crédito.
A
inadimplência do emissor de um título pode ter impactos relevantes na carteira de investimentos. Portanto, é
fundamental entender o que é e como funciona o risco de crédito, já que esse
conhecimento tornará as suas decisões financeiras ainda mais conscientes e
adequadas.
Neste
artigo, você aprenderá a identificar o risco de crédito em seus investimentos
para otimizar as suas escolhas. Boa leitura!
O que é risco de crédito?
O risco
de crédito está relacionado à possibilidade de haver inadimplência em uma
transação financeira — por exemplo, em empréstimos e financiamentos. Isso pode
acontecer também nos investimentos, especialmente naqueles que fazem parte da renda fixa.
Os
títulos dessa classe são negociados no mercado financeiro, emitidos pelo
Governo, por instituições financeiras ou por empresas com a finalidade de
captar recursos. Como contraparte, eles geram uma rentabilidade ao investidor.
Assim, os
investimentos de renda fixa funcionam como empréstimos. Como qualquer operação
desse tipo, existe a possibilidade de o emissor do título de dívida não honrar
com o seu compromisso financeiro.
Como funciona esse tipo de risco?
Como o risco
de crédito tem relação com a inadimplência, ele se refere às chances de que o
emissor de um título de renda fixa não faça os pagamentos acordados ao
investidor.
Nas
operações de crédito tradicionais, como ao obter um empréstimo bancário, as
instituições financeiras fazem uma análise do perfil do solicitante. Para
tanto, ela verifica diversos elementos para determinar as chances de uma pessoa
física ou jurídica arcar com o compromisso assumido.
Para
chegar a esse resultado, são estudados aspectos quantitativos e qualitativos do
tomador de recursos, conforme os critérios da instituição que oferece o
crédito. É válido destacar que quanto maior o risco envolvido em uma operação,
maior tendem a ser as taxas de juros aplicadas.
Da mesma
maneira, as condições de pagamento para tomadores de empréstimos com menos
chances de inadimplência costumam ser melhores do que para aqueles que
apresentam mais riscos ao credor.
Nos
investimentos, esse processo é semelhante. Quando um título apresenta maiores
riscos, é comum que as taxas oferecidas ao investidor sejam mais atrativas.
Afinal, ele precisa de uma recompensa para que seja interessante assumir riscos
mais elevados.
Quais investimentos apresentam risco de crédito?
Quando o
assunto é segurança, é relevante saber que não existe investimento isento de
riscos. No entanto, eles podem ser maiores ou menores, a depender da
alternativa escolhida.
Nesse
sentido, os títulos da renda fixa são considerados mais seguros, pois são
previsíveis e não apresentam tanta volatilidade como os investimentos da renda
variável. Por outro lado, eles estão mais sujeitos ao risco de crédito.
Por
exemplo, os títulos do Tesouro Direto, emitidos pelo
Governo Federal, são considerados os mais seguros da classe. Afinal, ele tem
menos chances de ser inadimplente. Ainda, há uma garantia integral do Tesouro
Nacional sobre os valores.
Alguns
títulos emitidos por instituições financeiras oferecem a proteção do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC). Trata-se de uma entidade que garante o pagamento
de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por instituição participante, limitado a R$
1 milhão, renovável a cada 4 anos.
Alguns
exemplos de investimentos cobertos pelo FGC são o certificado de depósito
bancário (CDB), a letra de crédito imobiliário (LCI) e a letra de crédito do
agronegócio (LCA).
Existem
ainda os investimentos de renda fixa que não têm essas garantias, mas que podem
oferecer uma rentabilidade mais elevada. São exemplos o certificado de
recebíveis imobiliários (CRI) e o certificado de recebíveis do agronegócio
(CRA).
Como identificar o risco de crédito nos investimentos?
Nos
investimentos, existem diferentes metodologias para avaliar a probabilidade de
inadimplência em uma transação financeira. Uma delas é o rating, uma análise de
riscos feita por agências de classificação, com base em uma lista de critérios.
Portanto,
é interessante observar o rating do emissor de um título no site das agências
específicas antes de adquiri-lo. A classificação pode ser feita em níveis,
como:
●
nível A: baixo risco;
●
nível B: risco médio;
●
nível C: risco elevado;
●
nível D: risco altíssimo.
Esses
níveis podem apresentar subníveis e variações em cada agência de rating, então
é importante pesquisar os critérios e classificações específicas de cada uma.
Outro
instrumento para essa finalidade é o Índice de Basileia, um indicador
internacional que analisa a saúde financeira de bancos. Ele indica a capacidade
que uma instituição bancária tem de pagar os seus débitos com os recursos do
seu patrimônio.
Quais são os demais riscos envolvidos nos investimentos?
Além do
risco de crédito, os investimentos podem contar com outros fatores que impactam
na segurança dos aportes. Os principais deles são:
●
risco de liquidez: diz respeito à dificuldade de
converter um investimento em dinheiro. Quanto menor a liquidez, mais tempo
levará para o investidor acessar a quantia;
●
risco de mercado: refere-se às variações do mercado.
Investimentos sujeitos a esse fator, como as ações, são mais voláteis;
●
risco operacional: está ligado à possibilidade de
falhas operacionais ou fraudes na operação. Abrange, por exemplo, problemas
técnicos em sistemas e equipamentos ou equívocos na hora de investir.
Como avaliar o risco de crédito nos investimentos?
Agora que
você já conhece mais sobre o risco de crédito, é preciso saber quais elementos
devem ser avaliados para compor a sua carteira de investimentos.
Veja
dicas!
Respeite o seu perfil de investidor
O perfil de investidor é uma boa régua para
determinar quais são os riscos que você está disposto a assumir no mercado
financeiro. Ele pode ser classificado em conservador, moderado ou arrojado.
Para
descobrir em qual perfil você se encaixa, é necessário realizar a avaliação em
instituições autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao abrir a
sua conta de investimentos, você terá acesso ao teste para que possa começar a
alocar os seus recursos.
Ao
conhecer o seu perfil, você poderá selecionar os investimentos mais adequados à
sua tolerância aos riscos. Também é essencial considerar os seus objetivos
financeiros para identificar as melhores alternativas no momento de investir.
Pondere a relação entre risco e retorno
Na hora
de selecionar os investimentos para compor a sua carteira, é válido observar a
relação entre risco e retorno que eles oferecem. Tenha em mente que quanto
maior o risco de um investimento, maior precisa ser a sua expectativa de
rendimentos.
Nesse
contexto, a dica é buscar uma relação equilibrada entre esses dois aspectos,
sempre atentando para o alinhamento ao seu perfil e objetivos.
Agora que
você já sabe o que é e como analisar o risco de crédito, considere esse fator
na hora de realizar os seus investimentos. Lembre-se de que ele pode impactar
os resultados da sua carteira, especialmente nas aplicações da renda fixa.
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