Os ensinamentos de Warren Buffett.
Com 90 anos, Warren Buffet é um dos maiores investidores da atualidade. Com uma fortuna avaliada em US$ 81,8 bilhões que equivale a R$414,5 bilhões se consagrou como um dos homens mais ricos do planeta. Com um estilo de vida simples, Warren Buffett deixa como legado técnicas práticas para escolher ações através da análise de balanço.
Acima de tudo, o longo prazo é um dos pilares de sua teoria de investimentos. Isso porque, as empresas precisam de tempo para crescerem e começarem a pagar dividendos. Neste artigo, veremos técnicas para entender como funciona na prática a análise de balanços.
Warren Buffet dedicou sua vida ao mundo dos investimentos e empreendedorismo tendo como premissa identificar ações de empresas com vantagens competitivas através da análise de balanços.
Quem pode investir em ações?
Para aplicar em ações basta abrir conta em uma corretora. Já existe mais de 1 milhão de CPFs cadastrados na B3, entretanto, não são todos os investidores que estão com conhecimento suficiente para aplicar nesta categoria de ativos.
Em primeiro lugar, é preciso conhecer o seu perfil de investidor.
Se está começando sua jornada nos investimentos é recomendável estudar através dos e-books e artigos do App Renda Fixa para dominar o básico e seguir para os tópicos de renda variável.
Para investidores de perfil moderado e arrojado que já possuam mais tempo de mercado é necessário a diversificação do portfólio. Como resultado, as ações podem ser uma ótima alternativa, uma vez que possuem empresas de diferentes setores para descorrelacionar a carteira.
Afinal de contas, o que é um Balanço?
O balanço patrimonial, é uma demonstração financeira utilizada pela contabilidade para apresentar a posição econômica e contábil da companhia. Em outras palavras é como se fosse um retrato da situação atual da empresa em determinada data.
Por isso, o mercado acionário fica agitado e com muitas oscilações na temporada de balanços das empresas listadas na bolsa.
A palavra “balanço” vêm justamente do equilíbrio ou da igualdade expressas na composição do Patrimônio Líquido.
Além disso, todas as empresas na B3 devem apresentar este documento através da sessão Relacionamento com o investidor. Na mesma linha, o departamento contábil deve gerar o balanço no final de cada trimestre fiscal.
Quanto mais alto o nível de governança corporativa maior será a transparência na divulgação dos resultados. Em suma, a forma como a empresa é gerida e monitorada se torna mais evidente.
Estrutura de um balanço patrimonial
A primeira parte do balanço patrimonial se refere aos ativos da empresa. Ou seja, é referente ao Caixa, Estoques, Contas a receber, Investimentos e ativos imobilizados.
Posteriormente, está a área dos Passivos e Patrimônio Líquido. O passivo se divide em duas categorias: Passivo circulante e exigível (também conhecido como passivo não circulante).
O primeiro demonstra os valores devidos no curto prazo com no máximo 1 ano. Contas a pagar, dívidas de curto prazo são exemplos disso.
Em contra partida, o exigível abrange o que vencerá acima de 1 ano e compreende débitos com fornecedores, debêntures, tributos e até mesmo empréstimos bancários.
Para a obtenção do Patrimônio Líquido, que representa de maneira simples a riqueza da organização, basta pegar todo o ativo e subtrairmos dele o passivo.
PL = ATIVO – PASSIVO
Estes conceitos precisam estar fixados para o entendimento das técnicas que virão a seguir.
Em busca de vantagem competitiva
Warren Buffett deixa claro que em sua análise busca por empresas com vantagens competitivas DURÁVEIS.
Como resultado, estas companhias conseguem se beneficiar desta vantagem sobre as demais, de tal forma, que podem cobrar mais por seus produtos ou serviços. Ao mesmo tempo em que aumenta seus lucros, quando comparado com a concorrência, também maximiza o valor intrínseco da companhia.
Desta forma, o longo prazo é o grande aliado. Pois, este valor intrínseco tende a aumentar ano após ano de forma que vale a pena manter o investimento por mais tempo.
Quanto maior o horizonte de tempo, melhor será para o investido.
Contudo, os fundamentos da empresa devem necessariamente continuar dentro da normalidade.
Outra revelação do investidor Warren Buffet é com relação à consistência desta vantagem competitiva. Pois ela é a principal responsável para a geração de riquezas. Por sua vez, trará lucros aos acionistas.
Escolhendo uma empresa: O caso Coca-cola.
Um caso de sucesso de Buffett foi investir na Coca-Cola.
A empresa de refrigerantes vende o mesmo produto há exatos 128 anos e já está no imaginário do mundo inteiro.
Além disso, a fórmula do produto é facilmente replicável. Assim, em qualquer lugar do mundo o sabor do refrigerante será o mesmo.
Ou seja, a Coca-cola não precisa gastar milhões alterando o seu produto.
No longo prazo, há uma grande economia com este detalhe, pois não será necessário a troca constante dos equipamentos. Em segundo lugar, haverá menos custos com pesquisas e desenvolvimentos.
Empresas de tecnologia gastam bilhões por ano em pesquisas para não ficarem obsoletas. No caso da Coca-cola, os lucros vão se maximizando nos cofres da companhia e este tipo de demanda passa a ser secundário para o sucesso da empresa.
A vantagem de produzir os mesmos produtos é uma vantagem competitiva durável. Simultaneamente, podem utilizar os lucros para expandir as operações ou até mesmo na recompra de ações.
Trazendo à realidade brasileira, qual empresa ao seu redor apresenta constância na vantagem competitiva?
Importância do caixa nos Investimentos
Na primeira parte do balanço patrimonial encontra-se o caixa e investimentos de curto prazo.
Uma grande quantia nesta categoria pode nos revelar três cenários: A empresa possui vantagem competitiva, vendeu parte do negócio ou vendeu vários títulos como, por exemplo, debêntures.
Nas duas últimas hipóteses não é um bom sinal.
Tem pouco caixa ou ausência dele nos mostra que a empresa ainda é medíocre. Ou seja, que se encontra em um patamar mediano. Em uma crise, como a que presenciamos em 2020 em função do COVID 19, as empresas com caixa conseguiram respaldar toda a sua operação sem criar dívidas através de empréstimos.
De maneira simples, todo o dinheiro que entra na empresa e que não é gasto com custos operacionais vai se acumulando e formando o caixa.
Se a empresa tem grandes volumes sendo somados ao caixa surge um problema interessante. Ao passo que os valores se acumulam a companhia precisa decidir o que fazer com os valores.
Observando o cenário econômico atual, não é vantajoso aplicar para ter apenas a remuneração da taxa de juros básica (SELIC). Desta forma, as empresas reinvestem o capital para expandir as operações.
Paralelamente, é possível ainda que a empresa diversifique sua receita, fazendo aquisição de empresas menores. Outra função desta estratégia é dominar a cadeia produtiva de forma a gerar outra vantagem competitiva sobre as demais concorrentes.
Eis a regra: Empresas com muito ativo disponíveis em caixa estão preparadas para momentos difíceis.
Tendo em vista que é economia é composta por ciclos, a recuperação diante de uma adversidade será mais fácil do que outra companhia sem caixa.
Conclusão
A interpretação do balanço patrimonial é crucial quando se trata de investimentos no longo prazo. O método de Warren Buffett para selecionar as empresas requer tempo de análise para encontrar vantagens competitivas duráveis.
Se você gostou deste artigo e gostaria da parte 2 com conteúdo mais aprofundado sobre o assunto conte para nós nos comentários.
Bons investimentos e até a próxima!!
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