Nas redes sociais do App Renda Fixa e com o contato direto que temos com nossos usuários, algo que sempre percebemos é que a principal preocupação dos investidores é a proteção do capital investido, ou seja, seu patrimônio.
O patrimônio pessoal é muito importante na vida de todo brasileiro, muitos levaram uma vida para construir. É algo que demanda tempo, trabalho e muito esforço. Então o medo de perder sequer uma parte tira o sono de muitas pessoas. No texto de hoje vou dar algumas dicas e ensinar alguns métodos que irão te ajudar a se proteger, e também vou tentar acabar com alguns mitos.
Primeiro vou falar sobre o risco de crédito e como tentar evita-lo, em seguida vou tratar do risco de mercado e como podemos minimizar seus efeitos.
Risco de crédito: como se precaver
Primeiro vou explicar o conceito. Risco de crédito nada mais é do que o risco de não pagamento, em outras palavras, calote. A partir disso eu quero deixar bem claro é que a caderneta de poupança não é o investimento mais seguro disponível no mercado. Muitos dos nossos leitores já devem estar cansados de ler ou ouvir a equipe do App falando isso, mas infelizmente muita gente ainda tem essa ilusão e cabe a nós tentar esclarecer essa questão.
Por definição, em um país saudável o investimento com menor risco é comprar títulos da dívida pública. Vou tentar explicar a razão disso. É muito mais fácil um banco quebrar do que um país quebrar. O governo tem vários meios de se financiar: aumentar a cobrança de impostos, vender propriedades além de tomar empréstimos. Um banco por outro lado não consegue cobrar impostos e dependendo da situação nem tomar dinheiro emprestado de outro banco, então por isso é mais fácil ele ir à falência.
O leitor mais informado vai me perguntar por que não citei da capacidade do estado de criar moeda – ou se preferir imprimir. Não falei porque esse deve ser o último recurso para qual o governo deve recorrer. Imprimir dinheiro gera grande pressão inflacionária e pode gerar cenários de hiperinflação, e com certeza ninguém quer isso.
No meio financeiro sempre dizemos: se um estado quebrou, pode ter certeza que os bancos também quebraram muito tempo antes.
Então uma boa maneira de evitar o risco de calote é investir em títulos públicos. No Brasil você pode comprar títulos federais através do Tesouro Direto ou por meios de fundos de investimentos.
Mais uma forma de minimizar o risco de calote é investir em títulos de renda fixa com a proteção do FGC. Mas o que é FGC? FGC é o Fundo Garantidor de Crédito, criado nos anos 1990 com o objetivo de melhorar a segurança e confiança do sistema financeiro nacional. Antes quando algum banco quebrava a população entrava em pânico e isso afetava o sistema inteiro. Diferente de outros setores da economia, o financeiro necessita de grande confiança por parte da população e o FGC veio para ajudar nesse aspecto.
Fazem parte da garantia ordinária proporcionada pelo FGC: conta corrente, caderneta de poupança, certificado de depósito bancário (CDB), recibo de depósito bancário (RDB), letra de câmbio (LC), letra de crédito imobiliário (LCI), letra de crédito do agronegócio (LCA), letra imobiliária (LI), letra hipotecária (LH). E o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) tem garantia especial.
O teto do FGC é de R$ 250 mil por CPF e banco emissor. Os saques no FGC não podem superar R$ 1 milhão após efeituado o primeiro, o limite se renova a cada período de 4 anos. No caso do DPGE o teto é de R$ 20 milhões por CPF e banco emissor. Lembrando que a garantia é para o montante principal e juros.
Então algo que todo o investidor deve fazer é dividir seus investimentos respeitando o limite de cobertura do FGC, assim o capital protegido é maior. Aqui já entra um conselho que vou abordar com calma mais a frente que é a diversificação.
Outros investimentos como debênture, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis Agrícolas) não possuem garantia do FGC. Então devemos tomar mais cuidado com esse tipo de investimento. Uma maneira para se proteger do risco de crédito desses títulos é consultar o rating das empresas emissoras. Em poucas palavras o rating é o grau de risco do investimento avaliado por empresas especializadas – agências classificadoras de risco. Ao saber qual o rating da empresa emissora, ou do título, pode-se tomar uma decisão melhor em relação a esse investimento.
Risco de mercado: vantagens da taxa pós-fixada
Já temos um texto em nosso blog que fala mais sobre risco de mercado, se você deseja mais informações fique a vontade para ler. Vou explicar aqui em poucas palavras o que é risco de mercado. Risco de mercado é o risco de oscilação de preços, como valorização ou desvalorização de uma ação, taxa de câmbio, etc.
Em renda fixa uma boa maneira de diminuir o risco de mercado e caminhar de acordo com o mesmo são os investimentos com taxa pós-fixada. No Brasil existem basicamente duas taxas pós: CDI e IPCA+. Também temos artigos no nosso blog falando sobre elas, vou dar aqui apenas um resumo. A Taxa Di é a taxa base para os empréstimos interbancários, ela é muito utilizada no mercado e pode-se dizer que é a principal. Ela acompanha os deslocamentos da Taxa Selic, taxa base da economia.
No caso do IPCA+, é uma excelente taxa para se proteger da inflação, já que seu rendimento é a inflação e mais uma taxa pré (prémio). Então para se proteger e andar de acordo com o mercado a melhor opção são títulos com taxa pós-fixada. Taxas prefixadas tem um caráter mais especulativo, elas podem ter rendimento melhor ou pior que a pós, e não é garantido que ela seja maior que a inflação, então tome cuidado.
Bom, espero que com essas dicas e métodos você possa proteger seu patrimônio. Lembre-se de diversificar seus investimentos, compre títulos públicos, e quando for adquirir títulos privados respeite o teto FGC conforme eu expliquei anteriormente. Dê preferência para taxas pós em detrimento as pré. Se ainda tem alguma dúvida deixe nos comentários, que vamos te responder. Até o próximo texto, abraços.
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