Uma alternativa bastante popular escolhida por muita gente na hora de adquirir bens de valor mais alto, como um veículo ou um imóvel, é o consórcio. O consórcio é visto como uma aplicação de retorno financeiro rápido, entretanto, é necessário estar atento, porque nem sempre as coisas funcionam exatamente dessa maneira.
A modalidade de crédito foi criada no Brasil na década de 1960 como uma opção ao leasing e ao financiamento para a compra de carros zero.
Atualmente, é possível comprar diversos produtos por meio de um consórcio, tais como automóveis novos e usados, imóveis, motocicletas, lanchas e diversos outros tipos de produtos e até mesmo prestações de serviços, como viagens e tratamentos médicos e odontológicos
No artigo de hoje, vamos discutir se a aquisição de bens por meio de um consórcio vale a pena, pesando os prós e os contras dessa alternativa. Para saber mais, continue lendo os próximos tópicos.
O que é um consórcio?
Antes de mais nada, é necessário que você entenda de forma efetiva no que consiste um consórcio, evitando assim cair em definições do senso comum ou acabar sendo iludido por falsas promessas.
O consórcio é, de forma geral, uma reunião de pessoas (físicas ou jurídicas) que dividem entre si o desejo de adquirir um bem ou serviço em comum e que não tenham a necessidade de estar com esse bem em mãos ou de desfrutar desse serviço de forma imediata.
Esse bem ou serviço pode ser um imóvel, um veículo ou até mesmo serviços médicos, como uma cirurgia plástica, por exemplo.
Em um consórcio, os integrantes do grupo realizam, mensalmente, depósitos em dinheiro em uma conta e posteriormente, com a acumulação do capital, de forma periódica, alguém receberá uma carta de crédito por meio da qual essa pessoa terá o direito de adquirir o bem ou o serviço pelo qual vinha efetuando os depósitos.
São duas formas por meio das quais um dos integrantes do consórcio poderá obter o acesso à sua carta de crédito: através de um sorteio ou por meio de um lance.
Para ser contemplado através de um sorteio, é necessário apenas que a cota do participante seja premiada em um dos sorteios mensais, que geralmente tem como base os números sorteados pela loteria federal.
Ao ser sorteado, o contemplado obtém acesso à carta de crédito para a aquisição do bem ou do serviço, não sendo necessário o pagamento de nenhum valor além das parcelas do consórcio para tal.
A contemplação da carta de crédito por meio de um lance acontece em uma espécie de leilão que deve ocorrer de forma periódica e o processo é simples, o participante que oferecer mais, terá direito de obter o benefício.
O consórcio deve ser administrado por uma empresa especializada, que será a responsável por tornar o seu funcionamento viável. Em virtude disso, essa empresa cobrará uma taxa de administração dos participantes.
A empresa administradora deverá dividir o valor do bem em um número grande de parcelas de forma a fazer com que o resultado da soma das parcelas pagas por cada um dos participantes mensalmente permita a compra de um ou de mais de um desses bens ou serviços.
Assim, a cada mês, 1 ou mais de um dos consorciados sejam contemplados por meio do sorteio ou de um lance em um dos leilões.
O consórcio é um investimento?
Muita gente acredita que o consórcio seria um tipo de investimento, o que de forma alguma é uma afirmação verdadeira.
Em virtude do fato de ser mais vantajoso financeiramente do que um financiamento, é comum que muitos vendedores de consórcios afirmem, de forma equivocada, que esse produto é um investimento excelente para você.
Definitivamente, o consórcio não pode ser considerado como um tipo de investimento, isso porque, por meio dele, você vai estar pagando um valor mais alto do que o valor da compra com a inclusão da taxa de administração no preço do bem ou serviço a ser adquirido.
Entretanto, esse fato não impede o consórcio de ser uma forma de viabilizar bons investimentos.
Por exemplo, caso você tenha uma reserva financeira considerável, mas que ainda não é suficiente para adquirir um imóvel com um preço abaixo do mercado, é interessante conversar com uma empresa de consórcios para saber se é possível viabilizar um lance contemplável dentro de um curto período de tempo.
Quando você assume as prestações de um consórcio, que são, de forma geral, mais baratas do que as prestações de um financiamento, e oferta um lance contemplável, de forma prática é como se você tivesse dado uma entrada em um financiamento, sem assumir todos os custos do mesmo.
É comum que alguns investidores façam isso para adquirir imóveis que, ao serem revendidos, oferecem um lucro mais alto do que a taxa de administração do consórcio, lucrando com um capital alugado.
Esse é um investimento rentável, entretanto, o investimento foi na verdade o imóvel adquirido, enquanto o consórcio foi um custo desse investimento.
Prós e contras de entrar em um consórcio
Os consórcios, ainda que bastante populares, precisam de uma avaliação cuidadosa para que você tenha certeza de que a opção vale a pena para você. Sendo assim, avaliamos quais seriam as vantagens e as desvantagens de apostar nesse tipo de alternativa de crédito. Veja a seguir.
OS PRÓS DE PARTICIPAR DE UM CONSÓRCIO
- Te auxilia a poupar dinheiro e a manter a disciplina
Muita gente deseja comprar um bem que tem um preço alto ou adquirir um serviço caro sem precisar se envolver com um financiamento, no entanto, não tem disponível o montante integral em dinheiro necessário para realizar a aquisição à vista.
Da mesma forma, possuem também um grande dificuldade para poupar de forma espontânea, e assim, não conseguem guardar o dinheiro sozinhas.
Em casos assim, investir em um consórcio pode ser uma ótima escolha, afinal de contas, de uma forma ou de outra, se tornando cotista, você vai ser obrigado a poupar dinheiro, afinal de contas, você terá de pagar todos os meses as parcelas.
Além disso, o consórcio também ajuda você a manter a disciplina para, em um momento futuro, adquirir o bem ou serviço sem precisar passar por um financiamento.
O negócio é seguro, garantido e pode ser mais eficiente do que abrir uma caderneta de poupança, por exemplo.
- De forma geral, as taxas de um consórcio costumam ser menores do que as taxas de um financiamento
O fato de contar com taxas menores que as taxas cobradas em financiamento é mais um ponto positivo de participar de um consórcio para adquirir determinado bem ou serviço.
No caso dos financiamentos, você vai ter de pagar juros altíssimos em cada uma das parcelas (no caso de veículos, por exemplo, os juros podem chegar a mais de 25% ao ano).
Já no caso de um consórcio, os custos serão bem menores e você poderá obter mais vantagens.
Quando você entra para um consórcio, a única taxa a ser paga pelo contribuinte é a taxa de administração que é cobrada pela administradora para a manutenção do caixa.
A taxa de administração de consórcios, em geral, é de aproximadamente 15% a cada 5 anos, que é a duração média dessa alternativa de crédito, o que significa que o custo desse negócio é praticamente 10 vezes mais baixo que a de um financiamento.
OS CONTRAS DE PARTICIPAR DE UM CONSÓRCIO
- Pode ser que você demore a conseguir ser contemplado por meio do sorteio ou que você não consiga um lance
Um consórcio deve durar, em média, um período de 5 anos, então, se o cotista não for contemplado por sorteio ou não conseguir um lance em um dos leilões, será necessário aguardar até o final do prazo para o resgate da carta de crédito e então adquirir o bem ou serviço que desejava.
Sendo assim, se o seu objetivo é ter acesso ao bem ou ao serviço de forma imediata, o ideal é optar por algum investimento que seja rentável e tenha a liquidez alta para juntar o dinheiro para a compra a vista ou optar pelo financiamento.
É comum que as pessoas acreditem que adquirir um bem por meio de um consórcio é simples e rápido, mas na maior parte das vezes, não é assim que acontece e o cotista só consegue ter acesso ao bem no final do prazo.
No artigo de hoje você viu os prós e os contras de se adquirir bens ou serviços por meio de um consórcio e se essa alternativa de crédito na qual vale a pena ou não investir.
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