A crise econômica mundial: Entenda como aconteceu esse crash.
A crise de 2008 foi um acontecimento marcante na história do mundo. Especialmente nos Estados Unidos, milhares de pessoas foram afetadas e as cotações na bolsa de valores DESPENCARAM.
Também conhecida como crise do subprime, este fenômeno se espalhou pelo mundo inteiro, inclusive no Brasil. Porém, com menor impacto. A crise de 2008 colocou em xeque a estabilidade bancária e transparência das instituições financeiras.
Neste sentido, preparamos este artigo a fim de demonstrar o que aconteceu e como funcionou o início da crise de 2008.
Sinais da Crise de 2008: Cenário nos Estados Unidos.
A origem da crise se deu por diversos fatores e pode ser explicada por uma série de eventos. Acima de tudo, é importante entender o contexto econômico da época.
Com a globalização da economia, houve tendência mundial de queda na taxa de juros. Como resultado, os custos para pedir um empréstimo ficaram mais baixos. Assim, empresas e pessoas físicas poderiam pegar valores emprestados para financiar seus projetos.
Essa liquidez fez com que o ramo imobiliário aquecesse. Por se tratar de um setor tradicional e sólido nos Estados Unidos, muitos bancos começaram a liberar financiamentos sem garantias para as pessoas.
A ideia desta medida adotada pelos bancos é que, na prática, a garantia seria a valorização futura destes imóveis.
Os primeiros sinais foram o aumento da inadimplência. Isso porque a tendência mundial se reverteu no aumento da taxa de juros para controlar a inflação. Neste sentido, muitas pessoas não tinham como pagar os financiamentos enquanto o setor estava com os ativos superavaliados.
A bolha de crédito estourou e os bancos também foram afetados. Pois, os empréstimos liberados não passavam por análise e pessoas que não tinham renda suficiente estavam conseguindo liberação para realizar financiamentos.
Crédito Subprime
No momento de euforia, os bancos e instituições financeiras passaram a emprestar valores a pessoas com alto risco de crédito.
Em outras palavras, as instituições estavam com o risco de não receber os valores de volta. Uma vez que, muitos clientes, não tinham renda compatível com a dívida que estavam prestes a assumir. Ou seja, eram clientes subprime.
Na tentativa de diminuir este risco e, também captar recursos, a fim de emprestar para outros clientes, os bancos lançaram os títulos de dívida.
A lógica era simples: Se o cliente tem alto risco de oferecer calote a instituição, logo, o crédito terá mais juros. Muitos investidores compravam estes títulos devido às taxas atrativas de retorno. Estes títulos nomeados como “sintéticos” e “podres” foram negociados no mundo inteiro.
Além disso, estes títulos eram utilizados como balizador para operações mais arriscadas na bolsa de valores. Muitos analistas, utilizavam em derivativos na expectativa de retorno futuro.
Falha na análise
O mercado financeiro até 2008 ainda era pouco regulamentado. Porém, já havia as agências de Rating.
Estas empresas privadas são responsáveis por avaliar qual o grau de risco de cada título emitido ao mercado.
Os títulos de dívida emitidos não tinham boa qualidade visto que o crédito era subprime. No entanto, as agências classificadoras avaliaram com notas altas estes títulos de alto risco e considerados podres.
As instituições financeiras, por sua vez, com estas notas conseguiam oferecer diversos contratos a fundos de investimentos, negociar em bolsa de valores, e até mesmo entre países com base na solidez do mercado e apoiadas em suas próprias marcas.
O sucesso destes títulos estava justamente pelo contexto de baixa na taxa de juros. Desta forma, o mercado estava aquecido quando o assunto é fomentar o consumo.
Este consumo pode ser entendido como bens e serviços. Para aqueles que sonhavam com a casa própria foi uma excelente oportunidade, pois o financiamento estava mais barato.
No entanto, quando o cenário econômico mudou a tendência, as taxas de juros começaram a aumentar, como estratégia de política monetária para controle da inflação.
Assim houve o desaquecimento da economia e este aumento de juros impactou o financiamento, na medida em que a taxa de desemprego também era crescente. Quando a bolha imobiliária estourou, muitas pessoas tinham dívidas mais altas do que o próprio valor do imóvel.
Impactos da crise
Muitos bancos estavam alavancados neste tipo de operação e declararam falência. Os bancos menores, também não conseguiram resistir às perdas e também fecharam.
O fator gerador para a bolsa de valores despencar foi o banco Lehman Brothers declarar falência. Por ser um dos bancos mais tradicionais nessa situação, aumentou o nível de desconfiança na economia e o colapso foi generalizado.
Em setembro de 2008, o banco Lehman Brothers declarou falência e as ações caíram 94,5% em um dia. O efeito cascata em outros bancos é imediato e o banco Merril Lynch é vendido ao Bank of America.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não mensurou o impacto destes acontecimentos e em um primeiro momento não agiu para socorrer os bancos. Esta medida foi adotada devido à crença de que o mercado é eficiente e pode se ajustar de acordo com o livre mercado.
Porém, com o número de desempregados aumentando, caos político e econômico, houve aprovação no congresso um socorro financeiro em US $700 Bilhões de dólares para evitar o risco sistêmico.
BÔNUS: Dica de filme
A grande Aposta – “The big Short”Ganhador do Oscar em 2016 como melhor roteiro, indicado em quatro categorias no Globo de Ouro, a crise de 2008 foi retratada no filme “A grande Aposta”.
Antes de acontecer o estouro da bolha imobiliária, Michael Burry identificou possíveis causas para um colapso e conseguiu lucrar com a crise. O jovem analisou que houve aumento significativo no valor das casas enquanto o salário líquido permaneceu estável.
Além disso, observou aumento no número de fraudes e identificou que existiam os créditos subprime. Por ter autonomia para investir na empresa em que trabalhava, comprou mais de U$S1,3 bilhões nos seguros dos títulos hipotecários.
O filme demonstra o outro lado de uma crise. O fato de que é possível identificar falhas no mercado e aproveitar a oportunidade.
Grande Demais para quebrar – “Too Big to Fail”
O filme demonstra a visão dos bancos com relação à crise de 2008. O banqueiro Richard Fuld tenta salvar o banco Lehman Brothers. A trama evidencia como foram feitas as negociações na tentativa de não decretar falência.
Bons investimentos e até a próxima!!