O que é mais fácil encontrar: pessoas que gastam mais do que ganham ou pessoas que gastam menos do que ganham? Acredito que a maioria dos leitores vai responder que conhece mais pessoas com dificuldade em viver com a sua renda mensal do que as que conseguem viver tranquilamente com o salário que recebe.
Entender se você se encaixa no grupo dos devedores, poupadores ou investidores é essencial para tomar as atitudes corretas. Vamos explicar as principais diferenças entre o devedor, o poupador e o investidor. Ao longo deste artigo os seguintes tópicos serão abordados:
- Quem é o devedor?
- Quem é o poupador?
- Poupança x Caderneta de poupança: tem diferença?
- Quem é o investidor?
Tenha uma ótima leitura!
Quem é o devedor?
Basicamente, o devedor é aquela pessoa cujos gastos superam o próprio salário. Segundo dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), a estimativa é que em dezembro de 2017 mais de 60 milhões de brasileiros tenham acabado o mês com alguma conta em atraso e com restrição de crédito. Esse número equivale a quase 40% de toda a população do país, o que é algo muito relevante.
O desemprego gerado pela crise dos últimos anos e os salários defasados pela inflação fizeram com que muitos brasileiros não conseguissem pagar suas contas e acabassem entrando no vermelho.
Além disso, a lista dos inadimplentes é composta também por pessoas que, por falta de disciplina financeira, gastam muito mais do que ganham e acabam ficando com dívidas a perder de vista. O preço por viver um padrão de vida que não condiz com a realidade financeira de cada um faz com que a pessoa use constantemente o cheque especial e fique com dívidas no cartão de crédito, cujo limite é, muitas vezes, superior até que o próprio salário.
Quem é o poupador?
O poupador é aquela pessoa que consegue guardar uma parte do salário ao longo do mês para alcançar um objetivo traçado, mas não se preocupa com a rentabilidade do seu capital. Muitas vezes o dinheiro fica parado na conta corrente, guardado em casa (em um cofre, no colchão ou em um pote, por exemplo) ou na famosa caderneta de poupança.
O grande problema, neste caso, é que vivemos em um país em que a inflação está sempre presente. Seja qual for a quantia, a pessoa que não coloca o dinheiro em um investimento que que tenha rentabilidade igual ou superior a inflação, querendo ou não, está perdendo dinheiro. Ele pode até não perceber, mas o dinheiro vai perdendo seu valor ao longo do tempo e, consequentemente, o objetivo traçado pode demorar mais tempo para ser alcançado.
Para se ter uma ideia, de dezembro de 2012 a dezembro de 2017 nossa moeda perdeu 37,55% do seu poder de compra. Sendo assim, quem deixou 2.000 reais guardado em casa ou parado na conta corrente durante este período viu o poder de compra deste dinheiro diminuir em mais de 37%. Para chegar nesse valor, consideramos o IPCA – considerado o índice oficial da inflação do Brasil – na Calculadora do Cidadão disponibilizada pelo Banco Central.
O que todo esse cálculo que dizer? Que com os mesmos 2.000 reais de 2012 você não conseguiria comprar a mesma cesta de produtos em 2017. Pode ser assustador para alguns, mas essa é a realidade nua e crua.
Poupança x Caderneta de poupança: tem diferença?
A palavra poupança é totalmente atribuída a caderneta de poupança, mas as diferenças são muitas. A palavra poupança remete a uma parte do dinheiro que é reservada para atingir um objetivo específico, como comprar um carro, fazer uma viagem ou mesmo para garantir uma segurança financeira futura em caso de desemprego, por exemplo. A sua poupança pode ser feita em vários tipos de investimentos, incluindo a caderneta de poupança é uma modalidade de investimento que é muito utilizada no Brasil.
Muitas pessoas acham que a rentabilidade da poupança segue o padrão de 0,5% ao mês – que equivale a 6,17% ao ano – mais a taxa referencial (TR), mas de 2012 para cá as coisas mudaram. Atualmente, a rentabilidade da caderneta de poupança depende da taxa básica de juros da economia, a Selic, e é composta pelas chamadas remuneração básica e remuneração adicional. A remuneração básica é sempre a TR, e a remuneração adicional depende da meta da Selic vigente no momento, seguindo as regras abaixo:
- Se a meta da Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a remuneração adicional será de 0,5% ao mês;
- Se a meta da Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração adicional será de 70% da meta da Selic.
Percebeu que existe uma grande diferença entre poupança e caderneta de poupança? A caderneta de poupança é uma modalidade de investimento existe há muitos anos no Brasil, enquanto a poupança pode ser feita de várias formas, inclusive aplicando o seu dinheiro na caderneta de poupança.
Quem é o investidor?
Até aqui aprendemos que o devedor é aquela pessoa cujas despesas são maiores do que a sua renda mensal, enquanto o poupador é a pessoa que consegue poupar uma parte da renda mensal, mas não se preocupa na rentabilidade do seu dinheiro.
Assim como o poupador, o investidor também tem o hábito de guardar dinheiro, mas a diferença é que ele está sempre em busca de investimentos que tenham uma rentabilidade atrativa, para alcançar os objetivos de forma mais rápida do que se o dinheiro estivesse parado na conta corrente, mesmo que corra um risco um pouco maior.
Um dos grandes objetivos do investidor é conseguir viver com os juros dos investimentos feitos ao longo de toda a sua vida frutos do seu trabalho. Por esse motivo ele está sempre de olho nos investimentos que possam garantir o constante crescimento do seu patrimônio e manutenção ou aumento do poder de compra atual, garantindo tranquilidade no futuro.
Para saber qual é o seu perfil de investidor, leia o artigo Perfil do Investidor: o que é e como funciona.
Espero que esse artigo tenha ajudado a entender a diferença entre o devedor, o poupador e o investidor. Ficou com alguma dúvida? Quer sugerir algum tema para a gente falar aqui no blog? Comente aqui embaixo que iremos responder o mais rápido possível! Abração =)