Entenda o porquê as empresas estão participando deste movimento
O conceito de ESG está ganhando força desde 2015. A sigla provém do inglês: Environmental, Social and Governance e significa que é abordado aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa dentro de uma empresa.
Este fenômeno não é novo. Contudo, está sendo amplamente discutido através de movimentos sociais e de políticas públicas ao redor do mundo. Além disso, este conceito já está impactando os investimentos.
Muitas empresas estão atentas e se adaptando a esta grande tendência. Isso porque, os recursos da natureza são escassos. Por isso, é redobrada a atenção aos aspectos ambientais, bem como os sociais.
Além disso, os Estados Unidos estão impondo sanções e medidas taxativas para os países que não cumprirem com os acordos ambientais e sociais.
Quando uma empresa adota o ESG transmitem a mensagem aos investidores que existe compromisso social. Por exemplo, quando uma companhia utiliza embalagens biodegradáveis de forma a diminuir o impacto ambiental.
Como funciona o ESG?
Os aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa servem como parâmetros para as ações das empresas visando boas práticas. Além disso, as operações da companhia precisam ser socialmente responsáveis e sustentáveis.
No Brasil, já existem empresas que participam do ESG. A empresa de comunicações Vivo, por exemplo, possui ações para o descarte correto de aparelhos eletrônicos.
Na mesma linha, pensando em sustentabilidade, a Natura utiliza plásticos feitos a partir de cana-de-açúcar nas embalagens e, como resultado, realizou doações milionárias para o combate da violência contra a mulher.
Estas iniciativas aumentam, inclusive, o valor de mercado dessas companhias. Pois, as ações conscientes das empresas no longo prazo, aumentam o valor intangível no balanço patrimonial. Em outras palavras, o impacto vai além dos indicadores financeiros e é mais difícil de ser precificado quando é realizado o valuation da companhia.
Desta forma, o ESG pode ser adotado como uma estratégia para o modelo de negócio da empresa. Assim, existe o entendimento de propósito da marca e que o lucro é consequência de um trabalho integrado com o desenvolvimento sustentável.
Investimentos com ESG no Brasil
O Brasil ainda está atrasado com as boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa quando comparado com outras partes do mundo. Nos Estados Unidos existe, inclusive, uma categoria chamada green bonds.
Ou seja, são títulos destinados à captação de recursos com fins 100% sustentáveis. Em contrapartida, no Brasil, a demanda ainda está se desenvolvendo.
Pensando nisso, alguns fundos de investimentos estão se especializando para atender a este público. Uma dúvida muito frequente neste tipo de investimento é se as empresas que adotam o ESG são capazes de rentabilizar e gerar renda passiva aos investidores.
Em consequência, às boas práticas, existe o retorno aos investidores. Pois, as companhias por ter responsabilidade ambiental e social não possuem processos de forma a diminuir a credibilidade da corporação.
Atualmente, quem decide quais as empresas que possuem o selo de ESG de responsabilidade são agências especializadas em risco de ativos, por exemplo, S&P. Entretanto, ainda não existe um órgão oficial para estabelecer os limites e definir os padrões de qualidade.
De acordo com a ANBIMA (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro) cerca de R$700 milhões dos valores investidos por brasileiros estão alocados em fundos de ESG.
Desta forma, é possível perceber o potencial deste setor pois ainda representa 0,13% dos valores captados na somatória de todos os fundos.
Governança corporativa
Um dos pilares do ESG é a governança corporativa. Por isso, a diretoria e os administradores devem estar alinhados com o propósito da empresa.
Nesse caso, a gestão busca ter maior transparência nos aspectos financeiros. Como resultado, existe maior independência e equidade nos concelhos administrativos.
Na mesma linha, a governança corporativa deve ter medidas anticorrupção e com diversidade racial e de gênero dentro da empresa. Como resultado, existe o aprimoramento de técnicas e desenvolvimento.
No mercado financeiro existe a pressão para que as empresas listadas na bolsa pensem além dos lucros. Pois, coexistimos com o ambiente e a consequência pode ser brutal uma vez que os recursos são escassos.
Exemplo de péssimo gerenciamento de risco foi o desmoronamento da barragem em Brumadinho – MG. A Empresa Vale se responsabiliza criminalmente pelas 270 vidas perdidas e pelo crime ambiental.
As ações despencaram com a notícia e muitas empresas como, por exemplo, a Renner e natura passaram a adotar medidas mais rígidas a fim de evitar desastres em seus respectivos negócios.
Qual a vantagem para os investidores?
Para os acionistas uma das principais vantagens é a transparência. Pois, existem vários critérios que uma empresa deve atender para ganhar o selo de ESG. Desta forma, o investidor consegue ter um panorama geral da estratégia adotada pela companhia.
Como resultado, estes critérios servem para mitigar o risco para o investidor. Por exemplo, as empresas que adotam o ESG possuem fiscalização com relação a aspectos ambientais e anticorrupção. Assim, o investidor sabe que a empresa está preparada para cumprir a sua função além de trazer a rentabilidade para os acionistas.
Empresas com alto índice de governança corporativa tendem a ter colaboradores mais engajados e capacitados. Fazendo com que exista um ambiente favorável à inovação de pesquisas e desenvolvimento.
Para diversificar os investimentos é imprescindível ter negócios aderidos à ESG, pois, para o longo prazo estas empresas tendem a se desenvolver ainda mais frente aquelas que não participam desta tendência. Isto porque, cada vez mais os países de primeiro mundo estão preocupados com temáticas ambientais e sociais.
ETFs para diversificar os investimentos
Os Exchange Traded Funds, em outras palavras, fundos de índice são ideias para diversificar o portfólio de investimentos. Para quem já possui a reserva de emergência completa pode ser uma boa porta de entrada para os ativos ligados ao ESG.
Acima de tudo, estes ETFs possuem um gestor profissional para a compra e venda dos ativos Desta forma, o investidor tem o suporte de profissionais qualificados para alavancar a rentabilidade da carteira.
Porém, estes ETFs ligados a práticas ambientais, sociais e de governança corporativa fazem parte da renda variável. Por isso, é necessário ter perfil de investidor adequado para a aplicação de valores nesta modalidade.
Por se tratar de renda variável existe volatilidade. Desta forma, a cotação tende a se movimentar, no curto prazo, de acordo com as notícias e expectativas do mercado financeiro.
Conclusão:
Os investidores estão buscando a construção de novas carteiras de investimento de forma que exista o uso das oportunidades geradas através do desenvolvimento sustentável. O ESG é uma proposta que está crescendo no Brasil e busca maior equilíbrio entre aspectos ambientais e sociais.
Desta forma, há a redução dos riscos de turbulência econômica, política e social
Como resultado, investidores do exterior e no Brasil, estão voltando suas atenções para empresas movidas a ESG, integrando seus valores éticos e criando valor em mais áreas que transcendem apenas as finanças.
Portanto, nas práticas de ESG existe o objetivo central de cultivar uma cultura corporativa proposital que priorize as partes interessadas, os consumidores, o mercado em que atuamos, os funcionários e a comunidade.
O ESG está cada vez mais integrado com o mercado financeiro. Pois, existe o entendimento das empresas que a responsabilidade ambiental e social deve ser encarada de frente.
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Bons investimentos e até a próxima!