Se você já pesquisou sobre fundos de investimento, deve ter se deparado com os conceitos de gestão ativa e gestão passiva. Mas você sabe quais são os princípios dessas estratégias? Conhece as vantagens e desvantagens de cada uma delas?
Gestão ativa é uma estratégia de investimento em que o gestor de um fundo escolhe ativamente quais aplicações irão compor seu portfólio, com o objetivo de superar a rentabilidade de um determinado indicador. Já a gestão passiva se baseia em investir passivamente, de maneira que o fundo replique o comportamento de determinado índice de mercado.
Neste post, vamos falar sobre detalhes de cada uma dessas estratégias. Mas antes de começarmos, tenha em mente que um fundo de investimento nada mais é do que uma seleção de aplicações financeiras escolhidas conforme o critério de quem montou esse fundo.
Essa escolha pode ter resultados positivos ou não, pois depende não só da experiência do gestor e da qualidade de sua estratégia, mas também das condições da economia e do mercado financeiro como um todo.
Afinal, um gestor pode controlar a quantidade de ações que um fundo possui, mas não o seu preço. Da mesma forma, pode controlar seus investimentos em renda fixa, mas não a taxa de juros.
Lembrando que, para um investidor, o critério mais importante para escolher um fundo é o seu próprio perfil pessoal. Antes de investir, é importante consultar a lâmina do fundo, uma espécie de documento de identidade que traz todas as informações necessárias para tomar uma decisão.
Um investidor com perfil conservador, por exemplo, só poderá aplicar seu dinheiro em um fundo mais agressivo se documentar que está fazendo essa aplicação ciente dos riscos expressos na lâmina desse fundo.
Esclarecidos esses pontos, vamos entender melhor a mecânica de um fundo de investimento.
Como os fundos de investimento são constituídos?
Investir em um grupo de ativos aleatoriamente pode até trazer rendimentos positivos, porém o risco de que o investidor sofra alguma perda também é grande, ainda mais se essas aplicações não estiverem de acordo com seu perfil.
Assim como a economia está fortemente sujeita a mudanças, que se refletem no nível de desemprego, na inflação e na taxa de juros, o rendimento das aplicações financeiras também pode mudar, inclusive diante dos rumos da política de um país.
Por esse motivo, diversos estudiosos ao longo da história desenvolveram teorias para tentar encontrar uma maneira de lidar com esses imprevistos e obter uma rentabilidade melhor em aplicações financeiras.
Porém, não há uma ciência completamente exata que determine qual é a maneira certa de aplicar dinheiro e ter um retorno garantido. O que existem são estratégias para prever o comportamento de um ativo financeiro ou proteger o investidor contra imprevistos, mas nenhuma delas é 100% garantida.
Gestão ativa: matando um leão por dia
A estratégia de gestão ativa permite ao gestor escolher os ativos de um fundo, de modo que esse conjunto supere a rentabilidade de determinado indicador. No jargão do mercado financeiro, esse indicador é chamado de benchmark. Ele aparece na lâmina do fundo.
Se o objetivo for, por exemplo, superar o rendimento do Índice Bovespa (principal referência do mercado brasileiro de ações), o gestor terá de decidir quais ativos deve comprar para cumprir essa meta. Essa decisão demanda atualização constante, pois o preço de uma ação pode variar em questão de segundos.
Saber qual é o benchmark perseguido por um fundo é essencial para entender a forma como ele cobra suas taxas. Geralmente, aqueles que fazem gestão ativa têm, além da taxa de administração, uma segunda tarifa: a taxa de performance.
Expressa em porcentagem, a taxa de performance é cobrada quando o rendimento de um fundo supera o benchmark estabelecido. Para um fundo de gestão ativa cuja referência é o Ibovespa, por exemplo, essa taxa aparece como “x% de tudo o que exceder o Ibovespa”.
Outro motivo para ficar atento ao benchmark de um fundo de gestão ativa é que ele serve como um termômetro de qualidade. Afinal, vale mais a pena investir em um fundo de gestão ativa que historicamente supera seu benchmark, ou em outro que ocasionalmente consegue ultrapassar essa marca?
Os tipos de fundos de gestão ativa mais comuns são os de ações e os multimercados, que podem investir em renda fixa, câmbio, juros, outros fundos ou também em ações.
Gestão passiva: o espelho de um índice
A estratégia de gestão passiva consiste em replicar o comportamento de determinado indicador comprando os ativos que o compõem na mesma proporção. Se você já pesquisou sobre como é formado o Ibovespa, deve ter visto que ele engloba as ações mais negociadas do mercado brasileiro.
Assim, um fundo de gestão passiva cujo benchmark é o Ibovespa vai investir exatamente nas mesmas ações das empresas que formam esse índice, copiando, inclusive, o peso de cada uma dentro do índice. Por ser como um espelho desse indicador, seu comportamento é mais fácil de acompanhar do que o de um fundo de gestão ativa.
Não faz sentido um fundo de gestão passiva cobrar taxa de performance se o seu objetivo é replicar o comportamento de um índice. Também não faz sentido uma taxa de administração muito alta pois, em teoria, o esforço que um gestor faz para replicar o comportamento de um benchmark é menor do que o necessário para superá-lo.
Porém, é comum a rentabilidade de um fundo de gestão passiva apresentar um resultado um pouco abaixo do de seu índice de referência, justamente por causa do peso da taxa de administração e dos impostos cobrados pela aplicação.
Os fundos de gestão passiva mais comuns são os fundos DI (que compram títulos públicos atrelados à taxa de juros) e os ETFs (do inglês, Exchange Traded Funds, que replicam o comportamento de índices de ações no Brasil e no exterior).
Um estudo feito pela equipe de pesquisa da Magnetis mostrou que os ETFs são a maneira mais eficiente de investir em ações para quem tem até R$ 100 mil para aplicar. E mesmo para investimentos maiores, seria necessário dividir esses valores entre pelo menos 6 fundos diferentes para superar o rendimento dos ETFs.
Isso porque os fundos de ações com gestão ativa cobram taxas de administração entre 2% e 3% ao ano, além da taxa de performance. Já os ETFs cobram entre 0,2% e 0,8% ao ano, sem taxa de performance, o que reduz bastante a fatia consumida por encargos.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre gestão ativa e gestão passiva, escolher onde investir o seu dinheiro pode ficar um pouco mais fácil.
Apesar de essa escolha não ser simples, quanto melhor você entender o seu próprio perfil de investidor, mais prático será determinar a estratégia ideal para atingir seus objetivos financeiros.
Um detalhe importante: a rentabilidade passada de um fundo ou de qualquer outro investimento não garante que a performance será igual no futuro. Como já falamos aqui, imprevistos podem afetar o desempenho dessas aplicações.
Porém, os dados passados de um investimento contam a história de como ele foi administrado. Por eles, é possível saber se a estratégia tem sido eficiente ou não.
Tem mais alguma dúvida sobre gestão ativa e gestão passiva? Já investiu usando alguns de seus princípios? Deixe aqui nos comentários!
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