A renda fixa desperta interesse de investidores
justamente por contar com alternativas capazes de rentabilizar o dinheiro de
maneira mais segura e previsível. Mas, além dos títulos, saber o que é o fundo
DI pode ser uma oportunidade para sua carteira.
Ao saber quais são as características desse tipo de
fundo de investimento, você entenderá mais claramente as vantagens que ele
oferece. Assim, será possível ter uma base para avaliar se recorrer a esse
fundo vale a pena para sua carteira.
Quer conhecer essa alternativa? Neste artigo, você
saberá o que é o fundo DI, quais são as suas características e quando pode
valer a pena investir.
Acompanhe a leitura!
O que é o fundo DI?
Antes de compreender os fundos DI, vale recordar o
que são os fundos de investimento. Eles são uma modalidade coletiva que conta
com a presença de um gestor profissional, o qual é encarregado de movimentar o
patrimônio do veículo financeiro.
Esse patrimônio é constituído a partir da negociação
das cotas do fundo no mercado. Já a alocação dos recursos é de responsabilidade
do gestor, conforme a estratégia do fundo apresentada previamente aos cotistas.
Logo, para você participar de fundos de investimento
é preciso adquirir as cotas. Dessa maneira, você não investirá diretamente em
ativos ou títulos, mas acessará o portfólio do veículo e participará de seus
resultados.
Nesse sentido, um fundo de renda fixa referenciado DI
— ou apenas fundo DI — é um veículo coletivo que acompanha o Certificado de
Depósito Interbancário (CDI) ou a Selic. Essa é a taxa básica de juros da
economia brasileira.
Portanto, o portfólio dessa modalidade financeira é
composto majoritariamente por títulos de renda fixa com rentabilidade indexada
por uma dessas taxas. Para atender a esse critério, o gestor aplicará em
alternativas pós-fixadas, como o Tesouro Selic e os certificados de depósito
bancário (CDBs).
Quais as características de
um fundo DI?
Agora que você compreendeu o que é o fundo DI, é
preciso saber como ele funciona. Para tanto, vale a pena entender quais são as
principais características desse tipo de fundo.
Confira!
Rentabilidade
Como você viu, os fundos DI usam a taxa Selic ou o
CDI como seus benchmarks de performance. Dessa maneira, embora a lógica de
rentabilidade seja previamente definida, você só conhecerá os ganhos no momento
de resgatar o investimento.
Habitualmente, Selic e CDI apresentam percentuais
próximos, sendo o CDI pouco inferior à Selic. Assim, em períodos de alta nos
juros, a rentabilidade dos fundos DI também pode aumentar.
Liquidez
Os fundos DI são fundos de investimento com liquidez diária. O aspecto se traduz em mais
facilidade para recuperar o seu dinheiro caso você precise resgatar o
investimento. Ademais, os riscos de lidar com prejuízos financeiros são
mínimos.
Isso acontece porque os títulos pós-fixados não
garantem a rentabilidade prometida apenas no vencimento, sendo possível
aproveitar um retorno que acompanha as oscilações das taxas. Ainda, os fundos
se destacam pela alta diversificação, o que também reduz os riscos.
Tributação
Já sobre a tributação, é preciso ter atenção à
incidência do Imposto de Renda (IR). As alíquotas de recolhimento acompanham a
tabela regressiva da renda fixa conforme o período da aplicação:
–
até 180 dias: 22,5%;
–
de 181 a 360 dias: 20%;
–
de 361 a 720 dias: 17,5%;
–
a partir de 721 dias: 15%.
Ademais, os fundos DI têm a incidência do come-cotas.
Essa é uma antecipação semestral do IR, nos meses de maio e novembro. Já o
recolhimento ocorre com base na menor alíquota da tabela regressiva, que é de
15%.
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também
pode ser cobrado. No entanto, ele incidirá apenas se o resgate acontecer antes
de a aplicação completar 30 dias.
Custos
Além da tributação, outro custo dos fundos DI é a
taxa de administração. Essa é uma cobrança característica em fundos de
investimento e é usada para remunerar a equipe responsável pela gestão.
A taxa pode variar conforme as políticas de gestão do
fundo, mas também existem veículos que isentam os cotistas da cobrança.
Quais as vantagens e
desvantagens de um fundo DI?
Chegando até aqui, você já sabe quais são as
principais características de funcionamento dos fundos DI. Nesse sentido, antes
de analisar se vale a pena investir neles, é interessante avaliar as vantagens
e desvantagens para sua carteira.
A liquidez diária está entre os principais pontos
positivos do investimento. Como você pode fazer o resgate a qualquer momento e
com riscos mínimos de prejuízo, esses veículos podem ser adequados para receber
sua reserva de emergência, por exemplo.
Eles também podem ser vantajosos pela praticidade que
oferecem. Afinal, após comprar as cotas, todas as eventuais movimentações que o
fundo fará serão realizadas pelos gestores profissionais.
Entretanto, os custos são aspectos que podem afetar
sua rentabilidade líquida. Como você viu, além de lidar com as alíquotas do IR
e a incidência do come-cotas, pode ser necessário arcar com a taxa de
administração.
Além disso, as cotas dos fundos DI não têm a proteção
do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ou do Governo Federal. Mas, como o
portfólio é composto por alternativas seguras e diversificadas, a falta de
cobertura para os títulos e cotas não é suficiente para classificar os veículos
como arriscados.
Quando pode valer a pena
investir nele?
Após conhecer as vantagens e desvantagens dos fundos
DI, é natural se perguntar se o investimento vale a pena. Para tanto, é
indispensável considerar quais são seus objetivos financeiros e a sua
tolerância ao risco.
Primeiramente, eles podem servir para os três tipos
de perfil de investidor (moderado, arrojado e conservador). Contudo,
dadas as características dos fundos DI, eles podem ser alternativas para seus
objetivos de curto prazo ou para construção da sua reserva de emergência.
Vale saber que você pode aproveitar para analisar
outras alternativas para sua estratégia. Por exemplo, títulos pós-fixados como
o Tesouro Selic e os CDBs com liquidez diária costumam atender aos mesmos
objetivos que um fundo DI.
Ademais, caso você possa abdicar de certo nível de
liquidez, vale estudar alternativas como as letras de crédito imobiliário (LCI)
e do agronegócio (LCA), que tem isenção de IR sobre os lucros. Também há
alternativas como as debêntures, com potencial de ampliar suas perspectivas de
rentabilidade, mas com um risco de crédito mais elevado.
Neste artigo, você aprendeu o que é o fundo DI e
quais são suas principais características de funcionamento. Então, agora que
você sabe quando pode valer a pena investir, será mais fácil tomar boas
decisões para seu dinheiro.
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mercado financeiro? Aprenda a comparar investimentos de renda fixa!