Pela 8ª vez seguida, O COPOM (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir a meta da taxa Selic. Considerada a taxa básica de juros da economia, a Selic caiu 1 ponto percentual, pulando de 9,25% para 8,25% ao ano. Esse é o menor valor desde 10 de julho de 2013, quando a taxa foi elevada de 8% para 8,5% ao ano.
Essa nova meta da Selic está dentro do que o mercado esperava, e a perspectiva é de mais queda até o final de 2017. De acordo com o último boletim Focus, a expetativa das Top 5 instituições é que a Selic termina o ano na casa dos 7% ao ano, sendo esse valor mantido até o final de 2018.
Com as constantes quedas da Selic, muita gente está se perguntando se os investimentos de renda fixa ainda estão compensando. A questão é que o atual patamar da Selic é reflexo do IPCA – índice oficial da inflação – em queda e abaixo da meta do governo, já que a Selic é um dos principais instrumentos utilizados para controle da inflação. Ao mesmo tempo que reduz os juros nominais dos investimentos, a queda da taxa básica de juros deixa o crédito mais barato, gerando um aumento do consumo e consequentemente da produção, o que tende a acelerar a economia e aumentar o nosso PIB (Produto Interno Bruto), que já vem de 2 recessões seguidas, em 2015 e 2016.
Como ficam os seus investimentos?
No final das contas, os juros reais, que são os juros do investimento menos a inflação oficial, continuam no topo do ranking mundial. Dessa forma, investir em títulos com rentabilidade muito próxima ou acima da taxa Selic irão manter seus investimentos com ganhos acima da inflação.
Quais são as opções de títulos?
CDB (Certificado de Depósito Bancário): O que não falta no mercado são opções que pagam acima de 100% do CDI, índice que acompanha a Selic, principalmente aqueles com liquidez no vencimento. Atualmente diversas instituições financeiras estão oferecendo títulos com liquidez diária com rentabilidade de 100% do CDI.
RDB (Recibo de Depósito Bancário): Por serem emitidos geralmente pelas Financeiras, esses títulos podem oferecer uma rentabilidade mais atrativa que os CDBs, já que instituições de menor porte tem um risco maior do que instituições maiores. Lembrando que esse tipo de investimento não pode ser transferido para outra pessoa.
Letras de câmbio: Assim como o CDB, há diversas opções com rentabilidade acima de 100% do CDI. É mais comum encontrar títulos com liquidez no vencimento, mas de vez em quando surgem ofertas com liquidez diária.
LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio): São títulos isentos de imposto de renda, e lastreados em operações de crédito imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Para fazer a comparação correta com um CDB, por exemplo, é necessário descontar o IR devido da rentabilidade do CDB.
Tesouro Direto: Com diversas opções de títulos públicos, o programa do Tesouro Direto oferece títulos com os mais variados vencimentos, com taxas prefixadas ou atreladas a um índice, como a Selic (taxa básica de juros) e o IPCA (inflação).
E a poupança?
Bom, o investimento mais conhecido dos brasileiros vai passar a RENDER MENOS ainda. Com a Selic agora em 8,25%, a remuneração que era de 6,17% ao ano mais a TR (Taxa Referencial) passou a ser de 70% da meta da Selic mais a TR, ou seja, apenas 5,78% ao ano mais a TR. Pra que não sabe, a remuneração da poupança é composta pela TR mais um percentual que depende totalmente da Selic, seguindo essas regras:
– Quando a meta da Selic for superior a 8,5%: 0,5% ao mês ou 6,17% ao ano;
– Quando a meta da Selic for igual ou inferior a 8,5%: 70% da meta Selic vigente.