Ainda temida por grande parte dos brasileiros, a bolsa de valores vem ganhando a atenção de novos investidores e tem crescido cada vez mais. Existem diversos tipos de ativos e derivativos negociados diariamente em seu pregão, o mais conhecido entre eles as ações, mas também existem outros, como contratos futuros e o tema do nosso artigo de hoje as opções.
Ao longo do texto vou relembrar de forma resumida o que são ações, em seguida irei explicar melhor o que são opções e quais os tipos. Já te adianto que o mercado de opções só é recomendado para investidores de perfil agressivo.
Definição de Ação
De forma rápida e simples, ação é um tipo de ativo que representa participação na sociedade de uma empresa. As ações garantem para seus detentores o direito sobre os ativos e lucros da empresa. Elas são emitidas por empresas que desejam principalmente captar recursos para investir em projetos que viabilizem o seu crescimento.
O investidor ao comprar uma ação do Banco do Brasil na bolsa de valores, B3, está na verdade se tornando sócio do banco e passa a ter direito sobre os ativos e lucro do banco enquanto possuir a ação. A participação do acionista no lucro é chamada dividendo.
As ações podem ser de dois tipos: ordinárias ou preferenciais. A principal diferença é que ações ordinárias dão ao seu detentor direito de voto nas assembleias de acionistas enquanto as preferenciais permitem o recebimento de dividendos em valor superior ao das ações ordinárias, bem como a prioridade no recebimento de reembolso do capital em caso de falência da empresa.
Uma pergunta comum de todo investidor iniciante é: qual escolher entre os dois tipos de ações? Não existe resposta para essa pergunta depende muito de cada caso, mas um jeito simples de tomar a decisão na hora da comprar é ver qual é a que tem mais volume de negócios, ou seja, possui mais liquidez.
Opções
Opções são contratos negociados na bolsa de valores. Como o preço das opções deriva da cotação de outros ativos como ações e moedas, as opções recebem a classificação de derivativo. Uma opção garante ao detentor (titular), o direito de comprar ou vender um determinado ativo por um valor determinado, enquanto o lançador é obrigado a comprar ou vender o ativo.
Para reforçar o conceito vou dar um exemplo. Imagine que as ações ordinárias da Embraer (EMBR3) estão sendo negociadas na B3 por R$ 25. Você acredita que a fabricante de aviões vai ter um bom ano e, portanto suas ações vão se valorizar, porém, no momento você não possui capital suficiente para realizar a compra, mas acredita que no mês seguinte vai conseguir. Para não perder a oportunidade de investimento você pode, por exemplo, comprar uma opção de compra de uma ação da Embraer por R$ 1 que lhe dará o direito de comprar uma ação da Embraer por R$ 25 no próximo mês.
No dia em que vence sua opção, você observou que as ações da Embraer estão sendo comercializadas na bolsa por R$ 26,50. Perfeito, você garantiu um mês antes o direto de comprar por R$ 25 essas ações, então você executa a compra. O custo total da sua operação foi R$ 26 (R$ 1 da opção + R$ 25 da ação). Repare que o preço que você pagou pela ação foi o combinado e não o do dia. Se desejar você pode vender no mesmo dia a ação e lucrar R$ 0,50 ou manter sua posição e segurar as ações.
É claro que nesse exemplo o resultado foi lucro, mas ainda existe a chance de prejuízo. Se as ações da Embraer estivessem sendo negociadas abaixo de R$ 25, por exemplo, R$ 24,50 você não iria exercer o direto de comprar as ações, seria mais vantajoso adquirir as ações pelo preço do exercício, nesse caso você teve prejuízo de R$ 1 para cada opção que possui. Quando isso acontece o mercado costuma dizer que a opção virou pó.
Toda opção possui um “strike”, que é o preço do ativo-objeto a qual a opção está atrelada no dia do vencimento. No nosso exemplo o strike era de R$ 25.
Tipos de opções
No exemplo anterior eu usei uma opção que garantia o direito de compra para seu titular, mas existem opções que garantem o direito de venda.
- Call: opção que garante o direto de compra para seu detentor (titular);
- Put: opção que garante o direto de venda para seu detentor (titular);
Vamos imaginar que um acionista da Gerdau (GGBR4), teme que as ações da siderúrgica vão cair no próximo. Para se precaver decide então comprar uma put (opção que garante o direto de venda), com strike de R$ 13. No mês seguinte as ações da Gerdau, realmente sofreram queda, estão sendo negociadas a R$ 10, nesse caso o detentor da put exerce seu direto e vende a ação por R$ 13 escapando de um prejuízo maior.
Na situação acima o mercado adora comparar a compra de uma put com uma apólice de seguro, por exemplo, compra de um seguro para um automóvel (ativo). Quando alguém contrata um seguro para seu carro, espera nunca precisar acionar a franquia, isso significaria que o carro fora roubado ou envolvido em algum acidente. O mesmo ocorre com a put, seu titular espera que as ações que possui não se desvalorizem. Em ambos os casos se o pior cenário realmente ocorrer, o segurando vai acionar seu seguro enquanto o titular vai exercer seu direito de venda.
Nos dois exemplos que eu dei o investidor comprava opções, existe também a possibilidade de vender opções. Nesse caso o vendedor possui obrigações e não direitos e se o comprador (titular) opte por exercer seu direito o vendedor deve apenas cumprir com sua obrigação.
Você pode comprar ou vender opções com prazo para todos os meses do ano. O vencimento da opção é sempre na terceira segunda-feira do mês.
Esse foi um artigo introdutório sobre o que são opções, em breve o App Renda Fixa vai disponibilizar outros artigos com ainda mais conteúdo sobre o tema, tratando principalmente como é formado o preço das opções e quais são estratégias utilizadas para operá-las. Vou fincado por aqui, qualquer dúvida é só deixar nos comentários que irei responder, bons investimentos a todos e até a próxima!
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