Ao considerar as alternativas da renda fixa, você
encontrará títulos públicos e privados. Nessa
segunda classificação, também existem os títulos do crédito privado e,
entre eles, está o certificado de recebíveis (CR).
Apesar de o primeiro título desse
tipo ter sido emitido em 2022, ele pode ser uma opção para a sua carteira de
investimentos. Porém, antes de pensar em fazer a alocação dos seus recursos,
vale a pena considerar quais são as características dessa
aplicação.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura
para aprender
o que é o certificado de recebíveis e como ele funciona!
O que é o CR?
O certificado de recebíveis é um tipo de investimento
de renda fixa. Ele faz parte do crédito privado, já que é emitido por
securitizadoras, em vez de ser criado por instituições financeiras, como
bancos.
A regulamentação do CR aconteceu em 2022, quando também
ocorreu a sua primeira emissão. Como você verá, ele foi criado para trazer mais possibilidades
tanto para as empresas quanto para os investidores.
Como funciona esse investimento?
Para entender o funcionamento dos certificados de
recebíveis é preciso compreender, primeiramente, o processo de
securitização. Ele tem
início quando uma empresa busca uma securitizadora para realizar a antecipação
de seus recebíveis.
Esse
processo consiste
na negociação dos direitos creditórios relacionados a vendas a prazo, como
duplicatas, notas promissórias e recebíveis do cartão de crédito.
Essa negociação ocorre com a aplicação de um deságio sobre o montante antecipado e os valores pagos pelos clientes seguem para a securitizadora. Após a aquisição dos direitos creditórios, a empresa realiza o processo de securitização, criando títulos lastreados nesses direitos — como os CRs.
A seguir, você conhecerá outras características
importantes dessas aplicações!
Rentabilidade
As condições de retorno do CR seguem a mesma lógica
de outras aplicações de renda fixa. Por isso, a rentabilidade pode ser:
–
prefixada: definida por uma taxa fixa que se mantém ao longo
do período de investimento;
–
pós-fixada: acompanha um indicador de referência, como o
Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
–
híbrida: é composta por uma taxa prefixada mais a variação
de um indicador, que tende a ser o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).
Prazo e liquidez
Quanto
às condições de prazo e liquidez, cada CR tem características próprias. Porém,
é comum que eles sejam de médio e longo prazo, dependendo também
do vencimento dos recebíveis.
Já a liquidez tende a ser mais baixa nesse
tipo de aplicação. Com isso, é comum só poder resgatar o
investimento no prazo definido. Porém, você ainda tem a chance
de negociar os títulos no mercado secundário — embora isso possa gerar perdas.
Segurança
Em relação à segurança, o certificado de recebíveis é
um investimento
que
não tem proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Logo, o risco de crédito que
o título apresenta é maior, mesmo que ele faça parte da renda fixa.
No caso de títulos que só permitem o resgate no
vencimento, também
há o risco de liquidez caso seja necessário obter os recursos antes do prazo.
Com isso,
é preciso avaliar se essa alternativa faz sentido
para a sua carteira.
Tributação
Sobre a tributação, os CRs têm os ganhos tributados
pelo Imposto de Renda (IR). A alíquota varia conforme a tabela regressiva da
renda fixa, seguindo o tempo de aplicação. Confira:
–
até 180 dias: 22,5%;
–
de 181 a 360 dias: 20%;
–
de 361 a 720 dias: 17,5%;
–
acima de 720 dias: 15%.
Quais são as diferenças desse investimento para o CRA e CRI?
Como você viu, os certificados de recebíveis são
títulos de renda fixa que chegaram ao mercado brasileiro em 2022. Como são mais
novos que
os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs), é comum que eles sejam confundidos.
Porém, embora todos sejam emitidos por
securitizadoras e tenham semelhanças, os títulos CR, CRI e CRA apresentam
diferenças significativas.
O CRI e o CRA, por exemplo, têm lastro em recebíveis do
mercado imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Já os CRs podem estar
relacionados a empresas de qualquer segmento da economia.
Além disso, há uma diferença importante em relação
à tributação. Enquanto
o CRA e o CRI têm isenção de IR para pessoas físicas, o CR tem os rendimentos
tributados. Assim, a rentabilidade líquida tende a ser diferente entre essas
opções.
Quais são as vantagens dos
certificados de recebíveis?
Após conhecer as principais características dos
certificados de recebíveis, é possível explorar as eventuais vantagens desse
título. Além disso,
há pontos positivos para investidores e para empresas.
Para as companhias, o certificado de recebíveis traz
a chance
de adiantar os recebíveis, equilibrando o fluxo de caixa. Assim, é mais fácil
conciliar os pagamentos de fornecedores com as vendas a prazo, por exemplo.
Essa
também é uma forma de a empresa obter recursos de modo mais
barato. Isso
é possível
porque a taxa cobrada pelas securitizadoras tende a ser mais baixa que os juros
incidentes em financiamentos ou empréstimos.
Já para os investidores, o CR permite aproveitar a
maior previsibilidade sobre o retorno que existe ao investir na renda fixa, mas
com maior potencial de ganhos.
Como os CRs têm um risco de crédito maior, os ganhos também
tendem a ser mais elevados. Assim, eles podem ajudar a rentabilizar a carteira.
Além disso,
vale considerar que eles trazem mais variedade de títulos ao mercado, já que
eles podem estar relacionados a qualquer setor da economia.
Vale a pena investir em CR?
Considerando os pontos positivos, os riscos e as
características dos CRs, você pode determinar se esse
tipo de investimento é vantajoso. Para tanto, comece analisando seu perfil de
investidor e seus objetivos financeiros.
Apesar de serem títulos de renda fixa, eles costumam
se adequar melhor às estratégias de quem consegue tolerar um risco de crédito
maior. Além disso,
eles podem ser mais interessantes para estratégias de médio e longo
prazo.
Também
é importante comparar os títulos disponíveis no mercado, como ao usar o App Renda Fixa. Assim, você
pode escolher a alternativa mais adequada para você, considerando emissor,
condições de retorno, prazo e liquidez.
Com essas informações, agora você
sabe o
que
é o certificado de recebíveis e como ele se diferencia de outras aplicações
emitidas por securitizadoras. Assim, você pode usar esses conhecimentos para complementar sua
análise e decidir se vale a pena investir no CR.
Este artigo foi útil? Se quiser conhecer
e comparar os diversos investimentos do mercado, baixe o App Renda Fixa!