Entenda como esta a economia atual
É possível que a renda fixa durma por algum tempo, como se fosse a famosa Bela Adormecida, que é a princesa que entra em sono profundo ao ter o dedo furado por uma agulha amaldiçoada pela bruxa. O que acontece com a renda fixa hoje pode ser encarado por uma ótica parecida. Vamos estabelecer alguns parâmetros de comparação onde a bela adormecida é a renda fixa, e a agulha encantada é a taxa Selic.
Em primeiro lugar, como todos já sabem, a princesa dormiu um sono profundo depois que teve seu dedo perfurado na agulha encantada pela bruxa. Mas em quê isso poderia ser parecido com o cenário econômico atual?
Um conto real na renda fixa
Saindo dos contos de fada e trazendo essa história como analogia do que acontece hoje, a Bela Adormecida, é como a renda fixa que está indo de encontro a um sono profundo. Que pode perdurar alguns anos. Isso porque a taxa selic segue em tendência de baixa. Além disso, acabaria com a rentabilidade dos títulos de renda fixa. Fazendo com que as pessoas não conseguissem mais obter lucros interessantes com essas aplicações. A renda fixa então entraria em um sono profundo por conta da redução extrema da taxa selic, a nossa agulha encantada que furou o investidor de renda fixa.
Bom, sabemos que a Bela Adormecida teve o seu sono profundo devido a vontade da Bruxa de livrar-se dela, mas qual é a intenção que essa política de redução da taxa de juros tem abaixando a selic?
Como sempre digo, uma variável sempre acaba afetando outra, quando o assunto é economia e, para que a despesa do estado causada pela taxa de juros caia é necessário reduzir a taxa selic. Uma taxa selic alta é considerada dívida para o governo. Justamente quando olhamos pela ótica da remuneração que o governo deve pagar para os rentistas. E, conforme a taxa aumenta mais dinheiro sai dos cofres públicos para pagar os rentistas. Essa é a lógica que inclusive foi explicada pelo nosso atual Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Outra reação que temos é que a economia acaba circulando mais, justamente por ser mais vantajoso gastar o dinheiro no lugar de investir, uma vez que a taxa está muito baixa (para os padrões brasileiros).Isso é claro, diante do olhar dos rentistas que deixam de receber uma valor significativo como antes e que pode inclusive perder para a inflação futuramente.
O Ministro da Economia e a redução da Taxa Selic
A baixa na taxa faz com que os empréstimos se tornem mais baratos. Já que eles a usam base também. Quando a taxa selic cai, a taxa geral dos empréstimos também cai, fazendo com que se torne muito mais barato, para as pessoas adquirirem empréstimos e financiamentos por um valor mais baixo.
A finalidade da taxa em queda é justamente aumentar o consumo. E, com isso, impulsionar a economia, o que acabará aumentando o número de empregos gerados, que começarão a existir para compensar o aumento na demanda interna de consumo. Fazendo com que a inflação suba já que os produtores não conseguem aumentar sua produção instantaneamente.
Essa inflação então é causada devido ao aumento geral nos preços que são repassados pelos comerciantes de uma maneira macro, fazendo com que as empresas precisem aumentar a sua produção e, consequentemente, aumentem também a sua mão de obra através de contratações de novos funcionários.
Paulo Guedes fala em reduzir a dívida do Estado com a taxa, ele se refere a emissão de títulos, que é usada como uma das políticas monetárias, uma vez que os papéis servem para captar dinheiro do povo e usá-lo no financiamento do Déficit Público e em alguns de seus projetos como os do setor da educação e saúde. Para o governo os títulos funcionam como uma dívida que o estado contrai para pagar outras dívidas internas que já tem. As altas taxas servem justamente para deixar os títulos mais atrativos aos rentistas, a fim de aumentar sua captação.
Quando o ministro disse em palestra na Expert XP que pretende deixar a taxa selic entre 0,5% e 1% ao ano, ele está dizendo aos rentistas que não será mais possível ter renda expressiva com os títulos de renda fixa.
Mudanças estão por vir…
Quando falamos da baixa da taxa selic, sabemos que isso de fato está acontecendo e sendo reafirmado devido a reforma da previdência. Que hoje tenta ser aprovada na câmara dos senadores. Essa reforma deve diminuir o rombo previdenciário que somou cerca de R$ 290 bilhões de reais em 2018 e que segue cada vez maior. A necessidade da reforma é justamente para minimizar os impactos aos cofres público que hoje sofrem com o déficit previdenciário.
A medida que a reforma for sendo aprovada, a tendência da taxa selic é de cair ainda mais e se tivermos outras reformas, como por exemplo, uma reforma fiscal ou então uma reforma tributária. Desta forma, devemos continuar nesse cenário de tendência de baixa na taxa básica de juros brasileira.
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